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Em busca do arrendamento sustentável num mercado em clara rota ascendente

Um artigo de opinião assinado por Miguel Aguiar, CEO KW Business, que escamoteia o atual momento do mercado de arrendamento em Portugal, nomeadamente no que ao fenómeno de especulação de preços diz respeito.  

Em busca do arrendamento sustentável num mercado em clara rota ascendente
Notícias ao Minuto

09:25 - 20/02/18 por Notícias Ao Minuto

Economia Artigo de opinião

"O mercado imobiliário português vive um momento de grande fulgor, contribuindo de forma decisiva para a reabilitação do edificado nas cidades e assumindo-se como um indicador claro do dinamismo económico que o País indubitavelmente atravessa. O crescimento exponencial que o sector tem vindo a registar obriga a algumas reflexões importantes, tendo em vista a sustentabilidade de um mercado em clara rota ascendente.

Portugal, que ainda há relativamente pouco tempo saiu de um processo de ajustamento com um impacto tremendo sobre o clima económico do país, entrou numa nova dinâmica. O turismo assumiu-se como uma mais-valia inquestionável, alargando de forma decisiva a forma como o sector imobiliário e os investidores se relacionam com o mercado, ajudado pelas taxas de juro muito atractivas. A questão é que a procura, em especial nos grandes centros urbanos, como Lisboa e Porto, excede largamente a oferta, com reflexos evidentes nos preços praticados e dificultando a vida a famílias que desejam entrar no mercado de arrendamento e não conseguem.

A polémica que se tem verificado na opinião pública sobre esta situação, em especial no que respeita aos preços praticados no arrendamento, deve ser seguida com atenção, até porque não há duas cidades iguais. Tomemos como exemplo o Porto, cidade que passa actualmente por aquilo a que poderemos chamar as 'dores de crescimento', numa trajectória que, obviamente, será alvo de um movimento de correcção, próprio das grandes metrópoles. Mas a verdade é que o preço do arrendamento na cidade registou um aumento, entre 2016 e 2018, de 32%. É de facto um salto significativo, sendo que T1 e T2 são as tipologias mais procuradas, designadamente na Baixa onde o 'short renting' (arrendamentos de curta duração) ocupa uma fatia considerável.

É do interesse de todos que Portugal empreenda algum tipo de regulação para suavizar esta tendência. Os incentivos à compra de imóveis destinados ao arrendamento podem ser uma boa resposta, uma vez que isso potenciará a oferta disponível. Não vale a pena escamotear o que está a acontecer, designadamente no que concerne a uma certa especulação nos preços das rendas, em especial no Porto e em Lisboa, se bem que este fenómeno comece a alastrar a algumas cidades médias, que beneficiam do poder de atracção dos grandes centros urbanos.

Há, ainda, um outro facto a levar em linha de conta e que tem a ver com a forma como o potencial cliente se relaciona com o mercado. As mudanças que se vêm verificandom principalmente no mercado de trabalho, levam a que toda uma nova geração não encare a habitação como algo definitivo, como um porto de chegada. A maleabilidade profissional e a necessária disponibilidade de deslocação geográfica tem vindo a transformar paulatinamente o mercado do arrendamento. Por isso, novos conceitos vão ganhando adeptos, em especial junto da geração milenar. É o caso do 'cooliving', ou partilha de habitação, e que, não tenho dúvidas, surgirá em breve no nosso país.

O mercado de arrendamento em Portugal não pode ser limitado com leis castradoras e que tiveram um impacto nefasto no mercado. No entanto, há que ter a noção que a sustentabilidade do sector é fundamental para que as oportunidades de negócio continuem a surgir e para que quem deseja alugar uma casa tenha meios para o fazer. É neste equilíbrio que está a resposta que procuramos."

*Este texto não foi escrito ao abrigo do novo acordo ortográfico por opção do autor.

BIOGRAFIA

Miguel Aguiar nasceu em 1971 e é licenciado em Engenharia e Gestão Industrial pela Universidade Lusíada. Durante 12 anos desenvolveu a sua actividade profissional na indústria automóvel, como director comercial na Fehst Componentes, em Braga. Em 2006 criou o Grupo Business, uma parceria com a Remax que se estendeu até 2015, ano em que se dá uma mudança de parceiro, entrando a Keller Williams, dando origem à KW Business. 

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