Patrões canadianos mais bem pagos recebem 209 salários médios
Os cem patrões canadianos mais bem remunerados ganharam em média 10,4 milhões de dólares canadianos (6,9 milhões de euros), o que equivale a 209 salários médios de 2016, segundo um estudo hoje divulgado.
© Reuters
Economia Canadá
O Centro Canadiano de Políticas Alternativas (CCPA) estimou que os rendimentos destes presidentes empresariais atingiram "um novo máximo desde a recessão mundial de 2008", provocada pela crise financeira dos designados empréstimos imobiliários de qualidade inferior, os 'subprime'.
A parte do salário na remuneração desta centena de dirigentes empresariais é de apenas 11%, tendo baixado dos 14% que apresentava em 2008, devido ao crescimento dos bónus e das vendas de ações recebidas como pagamento.
O documento revelou ainda que hoje, pouco depois das 16.00 de Lisboa, estes dirigentes empresariais já tinham recebido o equivalente ao salário anual médio de um trabalhador canadiano, que é de 49.738 dólares, no que é "o momento mais cedo alguma vez visto desde que o CCPA começou a seguir esta informação".
Em comparação, salientou-se no texto, "para ganhar esta quantia, um trabalhador médio tem de trabalhar a tempo inteiro durante todo o ano".
De 2015 para 2016, a remuneração média dos patrões subiu 08%, de 9,6 milhões para 10,4 milhões de euros.
O mais bem pago da lista em 2016 foi o dirigente da empresa farmacêutica Valeant, Joseph Papa, com 83,1 milhões de dólares, ao fim de oito meses de presença na firma.
Papa assumiu a direção da Valeant em maio de 2016, que estava com dificuldades financeiras e cuja cotação bolsista caiu acentuadamente de 257 dólares em meados de 2015 para menos de 10 dólares na primavera passada.
Em segundo lugar, mas muito longe de Papa, surge Don Walker, dirigente da fabricante de equipamento automóvel Magna International, com 28,6 milhões de dólares.
Surge depois Guy Laurence, dirigente do grupo de telecomunicação Rogers Communications, com 24,6 milhões de dólares.
"Os dirigentes das empresas estão entre os que, no Canadá, mais contestaram uma subida do salário mínimo para 15 dólares por hora", sublinhou o autor do relatório do CCPA, David Macdonald.
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