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Unitel diz que estão por repatriar dividendos de mais de 500 milhões

A operadora de telecomunicações móveis angolana Unitel reconheceu hoje que estão por repatriar para a PT Ventures dividendos superiores a 600 milhões de dólares (510 milhões de euros), montante que assume ser incomportável de transferir no mercado cambial atual.

Unitel diz que estão por repatriar dividendos de mais de 500 milhões
Notícias ao Minuto

12:14 - 13/12/17 por Lusa

Economia MEO

A informação surge num esclarecimento enviado à Lusa pela operadora, após as notícias, inicialmente avançadas pelo portal angolano Maka Angola, de Rafael Marques, a 08 de dezembro, sobre uma decisão do Supremo Tribunal das Caraíbas Orientais, no âmbito do processo jurídico que envolve a Vidatel, empresa através da qual a empresária Isabel dos Santos participa na Unitel, e a PT Ventures SGPS SA - detida pela brasileira Oi após a venda do grupo português PT -, em que esta última alegava falta de pagamento de dividendos.

A 27 de novembro, a Lusa contactou o administrador executivo da Unitel, Tony Dolton, sobre este processo, que se arrasta desde 2015, mas sem resposta até ao momento.

Na notícia daquele portal de investigação jornalística refere-se que o juiz Gerard Farara, do tribunal das Ilhas Virgens Britânicas, "confirma que Isabel dos Santos cometeu atos fraudulentos e desonestos na gestão da Unitel".

Refere que "grandes somas da Unitel foram transferidas para empresas de propriedade e controladas por Isabel dos Santos, sem nenhum benefício discernível para a Unitel".

"Mais acrescentou o juiz que Isabel, através da empresa Vidatel, atuou de maneira desonesta ou fraudulenta, e com um padrão inaceitavelmente baixo de moral comercial", escreve o mesmo portal.

No esclarecimento enviado hoje à Lusa, a empresa angolana "refuta todas as alegações" sobre a operadora e Isabel dos Santos, recordando que a empresária não é visada no processo em causa, mas sim a Vidatel (que controla 25% da Unitel, na mesma proporção da PT Ventures).

Na ação que teve decisão em 2016 - agora conhecida -, em resposta à providência cautelar da operadora Oi, o tribunal das Ilhas Virgens Britânicas emitiu uma ordem de congelamento de bens da Vidatel.

"Aqui, como em qualquer providência cautelar, não se faz o julgamento de matéria de facto, e nem são proferidas sentenças, tratando-se apenas de medidas cautelares interinas normais nos processos jurídicos", afirma a Unitel, na resposta de hoje.

"A Unitel não é, nem foi, parte de qualquer procedimento judicial nas Ilhas Virgens Britânicas. Não sendo partes neste litígio, nem a Unitel nem Isabel dos Santos tiveram a oportunidade de se defender perante estas alegações", recorda a operadora, explicando que, na base do processo, está a providência cautelar interposta pela acionista da PT Ventures contra a Vidatel

"Refere-se, sobretudo, ao não repatriamento de dividendos da PT Ventures que foram deliberados pela Unitel. O pagamento dos dividendos no exterior, por razões macroeconómicas de Angola, nomeadamente falta de divisas, não foi possível até a data, pois é necessária a sua conversão em USD ou Euros, para devida exportação", sublinha a operadora angolana.

Acrescenta que a lei do investimento em Angola "acautela o direito dos investidores estrangeiros de expatriarem os seus lucros", mas que cabe ao investidor estrangeiro, neste caso à PT Ventures, "tratar das formalidades da licença de exportação do seu dividendo, e proceder ao licenciamento do mesmo junto do Banco Nacional de Angola (BNA), obtendo para tal o boletim de autorização de pagamento de capitais.

Neste caso, a Unitel garante que o processo foi tramitado normalmente e que os dividendos da PT Ventures "estão já licenciados pelo BNA".

Contudo, refere, não há "disponibilidade cambial no mercado de divisas".

"Este valor dos dividendos corresponde ao câmbio oficial atual a mais de 600 milhões de USD [510 milhões de euros], montante que facilmente se entende não ser comportável no sistema bancário angolano, no atual momento cambial que vive a economia angolana. É entendimento dos acionistas angolanos da Unitel que estes não podem ser responsabilizados por expatriação de dividendos de um acionista estrangeiro, o que, em seu entender, tem pleno assento na letra da Lei de Investimento e demais legislação aplicável em Angola", defende a Unitel.

A operadora móvel que domina o mercado angolano refere que corre atualmente na Câmara de Comércio Internacional (ICC), em Paris, um procedimento arbitral, envolvendo os acionistas da Unitel, "em que tais factos são discutidos e no qual não foi ainda proferida qualquer sentença".

Pelo que, enfatiza a resposta, em nome da Unitel, "não existe nenhum caso em tribunal que envolva Isabel dos Santos", tratando-se "de um caso entre empresas acionistas da Unitel".

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