Terá nascido, segundo os dados da Conservatória do Registo Comercial de Lisboa, a 31 de outubro de 2016. Contudo, até há poucos dias, poucos terão ouvido falar nela.
Falamos da Yupido, a empresa portuguesa com maior capital social, que está envolta em grande polémica. No site da empresa, que se encontra integralmente em inglês, há uma 'carta de intenções' em que a Yupido se apresenta explicando que "não é uma empresa tradicional. Foi fundada para se tornar um parceiro forte de todas as pessoas que queiram servir a sociedade".
No total, possui 29 mil milhões de euros de capital. Isto tudo, sem ter um único funcionário. O comité da empresa é composto por dez nomes, entre eles o de Torcato Jorge que se apresenta como cofundador e responsável de Marketing.
Prestadora de serviços de consultoria, nomeadamente em áreas de gestão e tecnologia, a empresa criada por Cláudia Alves e Torcato Jorge, veio a público na sequência de um estudo de um professor universitário.
Com quase 29 mil milhões de euros - cerca do dobro do valor de cotação da GALP - mas sem nenhum funcionário nem vendas conhecidas, o caso da empresa sediada nas Torres de Lisboa, chamou a atenção do Ministério Público que fez saber, esta sexta-feira, que se encontra "a acompanhar a situação, com vista a decidir qual o procedimento mais adequado no âmbito das suas competências".
Em comunicado, a Ordem dos Revisores Oficiais de Contas diz ter tomado conta da "realização de uma avaliação de entrada em espécie por valor elevado que configura uma operação muito atípica". Em causa estaria o aumento de capital da Yupido de 243 milhões para 28,8 mil milhões de euros.
Recorde-se que, de acordo com o Observador, o Revisor Oficial de Contas (ROC) da empresa, José Rito, da J.Rito & Associada, ter-se-á afastado da empresa antes de emitir qualquer relatório. Neste sentido, “dado existir envolvimento de um dos seus membros, iniciou diligências com vista à análise da situação”.