"Sempre fui favorável a acordo com Estado no caso dos swaps"
O presidente do Banco Santander Totta, António Vieira Monteiro, assinalou hoje que sempre apoiou um acordo com o Estado português desde o primeiro momento em que surgiu o conflito devido aos contratos 'swap' assinados com transportadoras públicas.
© Dinheiro Vivo
Economia Vieira Monteiro
"Eu sempre disse que era favorável a fazer um acordo com o Estado. Essa ocasião chegou neste momento. As circunstâncias são as mesmas ou não são as mesmas? Não sabemos as razões que levaram o Estado a não fazer o acordo naquele momento e a fazer neste momento", afirmou o gestor.
Vieira Monteiro, que respondia às questões dos jornalistas no âmbito da apresentação das contas do primeiro trimestre, acrescentou que "agora já existem sentenças, na altura não havia sentenças".
E reforçou: "Desde o primeiro dia tenho dito sempre que o banco estava disponível para negociar com o Estado. Chegou o momento de o fazer, e nós fizemo-lo. Não é nosso hábito estar em conflito de qualquer género com o Estado".
Questionado se a mudança de Governo facilitou o acordo anunciado em 12 de abril, Vieira Monteiro jogou à defesa: "O nosso cliente é o Estado, independentemente dos Governos que lá estejam".
Mas admitiu que "as propostas não são idênticas".
O líder do Banco Santander Totta explicou que estão em causa contratos feitos com clientes, o que limita a possibilidade de prestar "determinadas informações".
Ainda assim, garantiu que "os contratos mantêm-se exatamente iguais" e que "não há ganhos para o Banco Santander".
E rematou: "Não tenho que estar confortável ou não estar confortável. Tenho que cumprir os contratos. Os contratos falam de fluxos não falam de juros".
Depois de ter hoje anunciado que, durante o primeiro trimestre, o Santander Totta vendeu mil milhões de euros de dívida pública portuguesa (passando a deter 3,8 mil milhões de euros), Vieira Monteiro foi questionado se essas operações estão relacionadas com o financiamento de 2,3 mil milhões de euros à República Portuguesa, por um prazo de 15 anos, a efetuar em condições de taxa de juro mais favoráveis, anunciado no âmbito do acordo sobre os 'swaps'.
"Quando vendi a dívida pública ainda não havia acordo portanto as duas coisas não estão ligadas uma à outra", destacou, garantindo que o banco está "confortável" com a exposição ao Estado português.
Em 12 de abril, o Estado português e o Banco Santander Totta anunciaram ter chegado a um acordo que encerra os litígios judiciais que decorriam em Lisboa e em Londres relativos a contratos de 'swaps' de cobertura de taxa de juro celebrados com as empresas públicas de transportes.
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