CaixaBank já depositou 900 milhões para pagar aos acionistas

O espanhol CaixaBank já depositou 900 milhões de euros na sucursal em Portugal do BNP Paribas para pagar aos acionistas do BPI que aceitem vender as suas ações na Oferta Pública de Aquisição (OPA) que decorre até 07 de fevereiro.

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© Reuters

Lusa
16/01/2017 22:54 ‧ 16/01/2017 por Lusa

Economia

OPA/BPI

"De forma a assegurar o pagamento da contrapartida da Oferta, o Oferente [CaixaBank] efetuou um depósito junto do BNP Paribas - Sucursal em Portugal (...) no valor de 900.436.652,766" euros, lê-se no prospeto da OPA hoje publicado na página da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) na Internet.

O regulador dos mercados financeiros registou hoje a OPA do CaixaBank sobre a totalidade do capital do BPI, em que o banco espanhol oferece 1,134 euros por cada ação.

A informação divulgada ao início da noite indica ainda que a operação arranca já esta terça-feira, dia 17 de janeiro, e decorre até 07 de fevereiro.

A OPA do CaixaBank sobre o BPI foi anunciada em abril pelo grupo bancário espanhol (que detém cerca de 45% do capital do BPI), no meio de um conflito que o opôs durante o último ano aos angolanos da 'holding' Santoro (de Isabel dos Santos, com 18,58%), tanto por causa da exposição a Angola, como por causa da desblindagem dos estatutos (regra existente no BPI que impedia qualquer acionista de votar com mais de 20%, independentemente da participação que detivesse).

Os espanhóis ofereceram então 1,113 euros por ação, avaliando o banco em 1600 milhões de euros, mas condicionaram a oferta à eliminação dos limites aos direitos de votos, o que só viria a acontecer em setembro e graças a um diploma do Governo que facilita essa mudança nas regras dos bancos.

Com a desblindagem de estatutos no BPI, o CaixaBank passou então a exercer efetivamente os 45% de participação detida e a OPA passou de voluntária a obrigatória e sobre a totalidade do capital social (100%), tendo o banco espanhol aumentado o valor oferecido por ação para 1,134 euros.

O preço oferecido pelo CaixaBank nesta OPA tem sido criticado por vários pequenos acionistas, que o consideram muito baixo e que não paga a recente perda de controlo do Banco de Fomento de Angola (BFA).

O representante da 'holding' Violas Ferreira Financial (com 2,7%), Tiago Violas, considerou mesmo que o que aconteceu no BPI foi uma "troca direta do controlo do BPI pelo controlo do BFA" e que "os pequenos acionistas foram quem pagou".

Também pequenos acionistas associados na associação ATM já tinham pedido à CMVM a nomeação de um auditor independente para definir o preço justo da OPA, sob pena de avançarem com ações na justiça, o que não aconteceu com a decisão hoje tomada pelo regulador.

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