Banco Popular: Sindicato questiona mais despedimentos em Portugal
O presidente do Sindicato Nacional dos Quadros e Técnicos Bancários (SNQTB), Paulo Marcos, disse hoje que a redução de efetivos e de balções do Banco Popular em Portugal "é sensivelmente" o dobro do que em Espanha, algo "incompreensível".
© Banco Popular
Economia SNQTB
"Dentro de um mercado ibérico não deixa de causar alguma estupefação o porquê da redução ser maior em Portugal do que em Espanha", afirmou aos jornalistas, antes da realização de um plenário com trabalhadores, no Porto.
A instituição bancária anunciou na segunda-feira que vai encerrar 47 agências e cortar o quadro de pessoal em 295 trabalhadores até ao final do ano, no âmbito da reestruturação do negócio promovida pelo grupo espanhol.
Enquanto em Portugal o banco reduz cerca de 30% do seu efetivo, no país vizinho a diminuição é de 14%, o que "não faz sentido", revelou.
Paulo Marcos salientou que em Espanha o Banco Popular abriu um processo de redução de trabalhadores e de capacidades "muito" por reformas antecipadas e pré-reformas, processo que assegura a paz social.
Já em Portugal, o sindicalista entendeu que o processo será "um pouco diferente" porque a instituição terá optado por rescisões voluntárias e por mútuo acordo.
E acrescentou: "25 a 30% dos funcionários portugueses, relativamente novos, serão dispensados, enquanto no país vizinho vão os mais velhos para casa, uma espécie de reformas antecipadas, não causando traumatismo sociais".
O dirigente sindicalista sustentou não ter nada contra processos "genuinamente" voluntários e amigáveis, mas sim contra processos de despedimentos encapotados e sob o nome de rescisões amigáveis.
"Para nós uma situação de despedimento coletivo é inaceitável", frisou.
Sem confirmação oficial, Paulo Marcos salientou que uma centena de colaboradores já se terá disponibilizado para esse processo de rescisões.
Neste processo de redução de capacidade à escala ibérica do banco, o presidente do sindicato considerou parecer haver uma migração de atividades e operações de Portugal para Espanha quando do ponto de vista económico e racional devia ser ao contrário.
"Tudo indicia que vai haver perda de autonomia estratégica", sustentou.
Paulo Marcos divulgou que na próxima terça-feira irá reunir em Lisboa com a administração e com o presidente executivo do Banco Popular em Portugal.
"O novo Plano Estratégico 2016-2018 está centrado no negócio rentável e recorrente, promovendo ativamente a redução dos ativos improdutivos e coloca em prática um plano de redução de custos que prevê uma poupança entre 175 milhões de euros e 200 milhões de euros anuais a partir de 2017", sublinhou na segunda-feira o Banco Popular Portugal em comunicado enviado ao regulador dos mercados.
O grupo financeiro comunicou no domingo ao supervisor espanhol que este processo vai afetar cerca de 2.592 funcionários, sendo previsto o encerramento de 300 agências.
O Popular Portugal contava na viragem do semestre com 1.159 trabalhadores em Portugal e uma rede de 166 balcões, segundo os dados compilados pela Associação Portuguesa de Bancos (APB).
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