Portuguesa Mercadoni está na América Latina e fatura mais de 10 milhões
A startup Mercadoni, que permite comprar 'online' com entrega em casa em menos de uma hora, está presente na Colômbia, México e Argentina e fatura mais de 12 milhões de dólares (10,8 milhões de euros).
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Economia StartUP
O negócio surgiu da ideia de dois jovens amigos, segundo explicou à Lusa o fundador Pedro Freire, tendo angariado no início deste ano um investimento de dois milhões de dólares (cerca de 1,8 milhões de euros, à taxa de câmbio atual).
"Eu e o António [Nunes], um dos meus melhores amigos e sócio, tínhamos lançado duas empresas de 'ecommerce' [comércio eletrónico] com um grupo que se chama Rocket Internet, uma na Ásia (www.zalora.com) e outra na América Latina (www.linio.com), que em conjunto vendem mais de 500 milhões de dólares [453 milhões de euros]/ano", disse Pedro Freire, salientando que os dois constataram que o futuro do comércio eletrónico não era esperar vários dias por uma encomenda e que 90% dos produtos eram adquiridos a menos de 10 quilómetros do local onde os clientes vivem.
Perante isto, "vimos que havia uma grande oportunidade de conectar lojas e supermercados numa cidade" e "assim surgiu o Mercadoni".
Os dois voaram, então, para a Colômbia e para o México, há um ano, e arrancaram com a empresa.
E como é que funciona o negócio? Pedro Freire explicou que é simples: "O Mercadoni permite que compres qualquer produto de qualquer loja".
Uma vez o pedido feito, a empresa tem uma rede de 'personal shoppers' [compradores pessoais], a que Pedro Freire dá o nome de "pilotos", que através de uma aplicação própria e através de algoritmos inteligentes permite escolher de forma automática o "piloto mais inteligente".
Este piloto vai à loja escolhida e compra os produtos em menos de uma hora.
"O cliente quando utiliza a nossa aplicação ou 'web' www.mercadoni.com.co escolhe a loja/supermercado e depois os produtos", adiantou, explicando que estes podem ser pedidos a vários tipos de loja.
"Os nossos pilotos são treinados para saber escolher desde alfaces, bananas e até carne e peixe", apontou.
As receitas do negócio vêm, por um lado, do pagamento dos serviços por parte dos clientes, e por outro através dos parceiros (supermercados e lojas), que pagam uma comissão ao Mercadoni por cada venda gerada.
O negócio arrancou em Bogotá, capital da Colômbia, mas "rapidamente começou a crescer" e Pedro Freire e António Nunes constataram que "a procura era realmente muito grande", pelo que expandiram o Mercadoni para o México.
"No início deste ano levantámos uma ronda de investimento de dois milhões de dólares que permitiu que levássemos o serviço a mais cidades da América Latina. Neste momento estamos em cinco cidades em três países (Colômboa, México e Argentina), as três maiores economias" da região de idioma espanhol, disse.
Com apenas um ano de vida, o Mercadoni fatura mais de 12 milhões de dólares e regista "crescimentos de 25%/30% todos os meses" e já entregou mais de 20 milhões de produtos, segundo Pedro Freire.
Atualmente, esta startup conta com mais de 2.000 trabalhadores.
"Temos cerca de 2.000 pilotos e 100 pessoas espalhadas pelos cinco escritórios", sendo que "10% dos trabalhadores são portugueses".
"Com o Mercadoni e a nossa empresa anterior (Linio) tenho segurança em dizer que fomos das empresas em todo o mundo que contratou mais portugueses fora de Portugal e com idades compreendidas entre os 22-27 anos. Valorizamos mais a inteligência que a experiência porque são as pessoas mais novas como nós que melhor entendem o que é o potencial da Internet", sublinhou.
O objetivo do negócio a médio prazo é criar "a maior empresa da América Latina", disse.
Ao juntar o retalho com a tecnologia e logística do Mercadoni poderá resultar na "maior empresa da América Latina em sete, oito anos", acrescentou.
Questionado se este negócio é replicável em Portugal, Pedro Freire considerou que sim.
"É um sonho que temos poder voltar para Portugal e, em especial, com esta ideia, estamos a considerar, mas ainda não tomámos a decisão final", concluiu.
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