Investimento externo em África deve subir 6% este ano
O Investimento Direto Estrangeiro em África deve regressar ao crescimento este ano, aumentando 6% para 55 a 60 mil milhões de dólares, segundo estimativas da Conferência das Nações Unidas para o Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD, na sigla em inglês).
© Lusa
Economia UNCTAD
No relatório sobre o Observador das Tendências de Investimento Global, os peritos da UNCTAD perspetivam que o regresso ao crescimento do investimento nos países africanos se dê essencialmente nos projetos ecológicos, mas também na indústria automóvel.
"No primeiro trimestre deste ano, o valor dos projetos ecológicos chegou aos 29 mil milhões de dólares, 25% mais que no mesmo período do ano passado", lê-se no relatório hoje divulgado em Genebra.
"O maior aumento nos investimentos prospetivos acontece nas economias do Norte de África, como o Egito ou Marrocos, mas um cenário mais otimista prevalece também de forma mais abrangente, por exemplo em Moçambique, Etiópia, Ruanda e na Tanzânia", de acordo com o relatório.
Os países africanos, afetados pela descida do preço das matérias-primas, que lançou várias economias para crescimentos muito baixos quando comparados com a média dos últimos anos, estão a apostar na facilitação do investimento externo, como forma de compensar a quebra nas receitas orçamentais e o abrandamento da expansão económica.
"A liberalização dos regimes de investimento e a privatização de ativos das empresas públicas também deve ajudar a aumentar os fluxos de investimento externo", antevê o relatório.
A nível mundial, o investimento deve cair este ano entre 10 a 15% face aos valores do ano passado, o que revela uma descida dos investimentos externos para 1,5 a 1,5 biliões de dólares este ano, um abrandamento considerado "preocupante" pelo secretário-geral desta entidade.
"Esta queda no IDE é preocupante porque a nossa economia global necessita urgentemente de investimento para recomeçar a crescer", disse Mukhisa Kituyi, citado no comunicado de imprensa, hoje divulgado em Genebra.
O abrandamento reflete a fragilidade da economia global, a persistente fraqueza da procura agregada, e o lento crescimento nalguns países exportadores de matérias-primas, bem como uma queda nas receitas das grandes empresas multinacionais em 2015", lê-se no documento.
"Antevemos uma recuperação em 2017 do IDE, para chegar a 2018 com 1,8 biliões de dólares, mas ainda assim abaixo dos níveis anteriores ao pico da crise", disse Mukhisa Kituyi, notando ainda a enorme diversidade entre as várias regiões mundiais.
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