BCE deverá abordar eventuais alterações a compra de ativos
O BCE deverá hoje abordar eventuais alterações das regras e prolongamento do programa de compra de ativos e falta de reformas estruturais pelos Estados-membros, segundo analistas contactados pela Lusa, que não esperam mudanças nas taxas de juro.
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Economia Analistas
Na última reunião do Conselho de Governadores do Banco Central Europeu (BCE), que decorreu a 21 de julho, o banco central deixou a sua taxa de juro diretora inalterada em 0%, um mínimo histórico que se mantém desde março, indicando ainda que a taxa de juro aplicável à facilidade permanente de cedência de liquidez se mantém em 0,25% e a taxa de depósitos fica inalterada em -0,40%, estando em território negativo desde junho de 2014.
Os analistas contactados pela Lusa são unânimes em considerar que nenhuma das taxas sofrerá alterações e que não deverão ser adotadas novas medidas, mas estão expectantes quanto ao discurso e aos temas levantados por Mario Draghi.
Um deles, diz o economista da IMF, Filipe Garcia, é o programa de compra de ativos de longo prazo, sobre o qual acredita que as regras poderão vir a ser alteradas, assim como o seu prazo poderá ser prolongado "durante bastante mais tempo".
O mesmo diz também o gestor do BiG Steven Santos, segundo o qual espera-se um prolongamento do programa de compra de ativos, possivelmente até setembro do próximo ano, além da "reconfiguração dos critérios de compras", com uma "realocação para a periferia da Europa e não para o centro, onde os juros já são muito baixos".
Apesar de prever que não existirá absolutamente nenhuma alteração das taxas ou a implementação de novas medidas, o economista e gestor do Banco Carregosa Rui Bárbara admite que possa ser abordado o rumor sobre o eventual "alargamento do 'quantitative easing' [injeção de capital no mercado via BCE] à compra de ações europeias".
Outros pontos de debate poderão ser ainda a revisão em baixa dos objetivos da inflação esperada a cinco anos, assim como o regresso às críticas por Mario Draghi sobre a falta de reformas estruturais pelos estados-membros.
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