A notícia do interesse da Fosun surgiu de forma totalmente inesperada durante o fim de semana e juntou-se a um rol de questões sobre a mesa da administração do banco que poderão decidir o futuro do Millenium.
Segundo o comunicado enviado à CMVM pelo BCP no passado sábado, "a Fosun propõe-se a subscrever um aumento de capital reservado unicamente à Fosun (…) através dos quais passaria a deter uma participação de aproximadamente 16,7% do total das ações representativas do capital social do BCP".
Existe igualmente a intenção de "aumentar a sua participação através ou de operações em mercado secundário ou no contexto de aumentos de capital futuros, com vista ao potencial aumento da participação social da Fosun no BCP para entre 20% a 30%"
Nuno Amado e os restantes líderes do banco histórico nacional têm uma decisão difícil nas mãos: aceitar aquele que parece ser o início de um assalto ao capital do banco ou manter a independência numa época de elevada pressão dos atuais investidores e apostar no sucesso da tentativa de compra do Novo Banco.
Na corrida pelo banco agora liderado por António Ramalho, o BCP surge lado a lado com o BPI, a Apollo e a Lone Star como candidato à aquisição, apesar da ideia de comprar o Novo Banco ser ainda controversa entre os acionistas.
Não é conhecida a opinião da Fosun sobre uma possível compra do Novo Banco pelo Millennium BCP, mas tendo em conta que a empresa chinesa esteve até ao fim no primeiro concurso de privatização do banco 'bom' do BES, é expectável que apoie as intenções da administração de Nuno Amado.