Portugal é "terreno atrativo" para informação "política e militar"
O Sistema de Informações da República Portuguesa (SIRP) considera que Portugal é "um terreno atrativo para a obtenção de informação política e militar", uma atividade que ameaça a segurança interna e pode perturbar as relações externas.
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Economia SIRP
O alerta consta do documento "O ano em revista" de 2015 colocado na nova página da internet do SIRP, que contém uma mensagem do secretário-geral Júlio Pereira.
A espionagem e o terrorismo são alguns dos temas mencionados pelo SIRP como ameaças à segurança interna.
O documento salienta que os serviços de informações têm a missão de informar o Governo sobre as ameaças à segurança interna resultantes da espionagem e da interferência estrangeira tenham elas origem em serviços congéneres estrangeiros ou numa teia de organizações de fachada usadas para dissimular os interesses, não declarados, de outros Estados.
"A par da recolha, por métodos clandestinos, de informação sensível e classificada de natureza política e militar, estas entidades (serviços de informação estrangeiros) centram hoje parte da sua atividade na obtenção de informação com valor económico. Se alcançados os seus objetivos -- a recolha de informação privilegiada -- tal significaria, para Portugal, um sério comprometimento da segurança interna", refere o relatório sobre a atividade do SIRP.
Na quarta-feira o funcionário do SIS Frederico Carvalhão Gil, detido em Maio em Roma, juntamente com um alegado espião russo, por suspeitas de espionagem e entrega de informações sobre a NATO, ficou em prisão preventiva.
O documento realça também que Portugal, como membro da NATO e da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), "ocupa um lugar relevante no mundo, em particular, pelo facto de se encontrar no centro geográfico da comunidade transatlântica e de ser um polo dinamizador das relações entre a Europa Ocidental, África Austral e América do Sul".
Quanto ao terrorismo, o SIRP admite que "Portugal também não se encontra imune aos efeitos da propaganda difundida em larga escala na internet por organizações terroristas, em especial pelo grupo Estado Islâmico".
Nesse sentido, o SIS avalia, "de forma atempada, a ameaça terrorista, tendo como base o conhecimento sobre os alvos, os meios e os modi operandi das organizações terroristas e dos seus agentes", além de promover o "reforço da segurança das infraestruturas críticas nacionais e de outros alvos preferenciais de ataques terroristas", nomeadamente de infraestruturas e pontos sensíveis.
O SIRP considera "um sério risco para a segurança interna" a possibilidade dos cidadãos nacionais a combater no conflito Síria/Iraque regressarem a Portugal após processos de radicalização violenta ocorrida no estrangeiro.
"Não obstante o facto de Portugal não se constituir como um alvo prioritário desta matriz, a inserção no espaço europeu e a proximidade ao norte de África (...) justificam o acompanhamento deste fenómeno", adianta.
O relatório de 38 páginas aponta ainda como ameaças à segurança interna a proliferação de arma químicas, biológicas, radiológicas e nucleares, narcotráfico, branqueamento de capitais, extremismos politico-ideológicos, segurança urbana, ciberameaça, segurança energética e segurança económica.
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