Grécia "com resultado surpreendente" fecha ano com crescimento nulo
Bruxelas considera que o novo pacote de reformas estruturais adotado pelo Governo grego e a "surpreendente" resiliência da economia helénica, especialmente no que toca ao consumo, atenuaram a recessão da Grécia em 2015 para valores "menos severos".
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Economia Previsão
"A recessão na Grécia em 2015 parece agora ter sido menos severa do que o esperado. Um consumo resiliente, uma recapitalização dos bancos feita com êxito, a implementação regular de reformas estruturais [...] e o progresso nas privatizações deverão suportar a retoma da confiança e trazer crescimento [do PIB] e resultados orçamentais mais fortes na segunda metade de 2016", escreve a Comissão Europeia nas suas previsões de Inverno.
O consumo privado "foi mais forte do que o esperado", nota a Comissão no documento hoje divulgado, explicando que as famílias gregas preferiram gastar o dinheiro que tinham em depósitos bancários para evitar "eventuais 'haircuts'".
O turismo "continuou com um desempenho excecionalmente bom" no outono e as importações continuam a decrescer mais rapidamente do que as exportações, o que resulta "numa balança comercial que contribui positivamente para o crescimento".
Assim, o PIB grego em 2015 deverá ter ficado em 0,0%, estima agora a Comissão, mas deverá contrair-se 0,7% este ano - impactado pelos acontecimentos do ano passado - e voltar ao crescimento (2,7%) em 2017.
Nas previsões de outono, Bruxelas previa uma contração do PIB grego este ano de 1,3% e continua a deixar um aviso: nos potenciais efeitos negativos, "uma falha na aplicação integral do programa de reformas e a incerteza de políticas minariam as perspetivas de crescimento".
A taxa de desemprego da Grécia, nas previsões de Bruxelas, deverá baixar de 25,1% em 2015 para os 24% este ano e para 22,8% em 2017.
Quanto às finanças públicas, a Comissão vê sinais de acelerada deterioração: o défice previsto para 2015 nas previsões de primavera era de 2,1%, passou para 4,6% nas previsões de outono e está em 7,6% nas previsões de inverno, devido a "efeitos extraordinários" relacionados com a recapitalização dos bancos.
Ainda assim, Bruxelas acredita que em 2016 o défice grego ficará em 3,4% e em 2,1% no ano seguinte.
A dívida pública grega agravou-se para 179% do PIB em 2015, mas longe dos 194,8% previstos em outubro. Em 2016 deverá chegar a 185% (abaixo dos 199,7% do PIB previstos em novembro).
No capítulo dos preços, a inflação na Grécia melhorou em 2015 (-1,1%), contra os -1,4% de 2014, passando a positiva este ano (0,5%) e em 2017 (0,8%).
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