"Na Europa, nos próximos 4 anos, vamos viver uma nova crise financeira"
O ex-coordenador do BE Francisco Louçã alertou hoje que na Europa, nos próximo quatro anos, vai surgir uma nova crise financeira numa sociedade mais frágil, acusando a liderança portuguesa de ser germanófila.
© Global Imagens
Economia Louçã
Francisco Louçã foi hoje um dos oradores do fórum Socialismo 2015, a rentrée política do Bloco de Esquerda (BE) que até domingo decorre no Porto, e deixou o alerta de que "na Europa, nos próximos quatro anos o que é certo e sabido é que se vai viver uma nova crise financeira", que terá "consequências graves numa sociedade mais frágil porque a Europa acumulou desemprego".
"Ela virá de alguma forma que seja. Não pode deixar de vir, se não é que já está a caminho com estes anúncios de pânico nas bolsas por causa do crescimento chinês ser só 6%", defendeu.
Na opinião do ex-líder do BE, "o desmantelamento dos regimes sociais, a fragilização das respostas políticas e os alinhamentos das soluções no centro europeu, em Berlim, significam que só resta à esquerda a sua reconstituição como um fator da política da luta social, que possa interpretar a democracia como ela é".
"Essa política, que ocupa o essencial da representação democrática para uma resposta de esquerda contra esta agressão, é a única hipótese que a Europa e Portugal têm neste contexto de poder falar com a sua voz e de poderem resolver os problemas de quem tem sido arrastado neste turbilhão da crise", defendeu.
Concretamente sobre a situação nacional, Louçã antecipou que um dia se dirá que "os anos da 'troika' em Portugal foram o segundo 25 de Novembro, muito mais violento socialmente, muito mais prolongado, muito mais estratégico e com consequências da mesma ordem civilizacional sobre Portugal como a grande mudança que terminou a revolução".
"A liderança portuguesa, a governação, os seus partidos e a sua burguesia é germanófila, ou seja, depende, sabe que depende, quer depender, orgulha-se de depender e está satisfeita por depender das decisões de Berlim", condenou.
O economista - que partilhou o painel "Europa, Democracia e Alternativas" com a eurodeputada Marisa Matias e com a ex-eurodeputada Alda Sousa - começou a intervenção a falar da "reunião escolar de jovens laranja em Castelo de Vide", a Universidade de Verão do PSD, que "esta semana recebeu Horta Osório, o melhor banqueiro do mundo".
"Nós já tivemos o melhor gestor do mundo mas este tem mais brilhantina. Horta Osório explicou aos jovens laranja que já estamos a viver dentro das nossas possibilidades. Horta Osório recebeu em 2014 um salário de 15,6 milhões de euros, ou seja, cerca de dois mil anos do salário médio nacional", ironizou.
Descarregue a nossa App gratuita.
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.
* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com