A semana que agora se inicia vai ser "certamente marcada a nível nacional pela apresentação das contas da maior parte das cotadas [do índice de referência PSI20], começando logo na segunda-feira pelo BCP, e seguindo depois com a EDP Renováveis, o Banco BPI, a Jerónimo Martins, a NOS e os CTT (dia 29), a EDP (30), o Banif, a REN e a Altri (31)", antecipou à agência Lusa Ramiro Loureiro, analista do Millennium investment banking. A que se juntam ainda os resultados da Galp a apresentar também na segunda-feira.

O responsável acrescentou que "na Europa e nos EUA os investidores também estarão focados na 'earnings season' [época de apresentação das contas]. A resolução do tema grego foi importante para a estabilidade no mês de julho, mas os investidores precisam de um 'trigger' [impulso] que os faça acreditar em novas valorizações na segunda metade do ano e, a avaliar pela reação da última semana, este 'driver' [referencial] terá de vir das contas empresariais".

Fica a lista das empresas europeias que lançam as contas do primeiro semestre nesta semana: (dia 27) Philips; (dia 28) Orange e LVMH; (dia 29) Bayer, Total, Schneider Electric, Saint Gobain, Volkswagen e GDf Suez; (dia 30) Siemens, Nokia, ENI, Santander, Repsol, Telefónica, InBev, L'oreal, Vinci, Deutsche Bank, Air Liquide, Sanofi, Enel e Essilor; (dia 31) BNP Paribas, BBVA, Carrefour, Intesa Sanpaolo e Airbus.

E também o lote de cotadas norte-americanas que vão divulgar os seus resultados esta semana: (dia 28) Merck, Pfizer, Dupont, Gilead, UPS e Ford; (dia 29) Facebook, Mastercard, Altria e Metlife; (dia 30) P&G, Amgen, Mondelez, ConocoPhilips, Colgate, TWC; (dia 31) Berkshire Hathaway, Exxon Mobil e Chevron.

Paralelamente, os investidores vão também acompanhar de perto a divulgação de muitos indicadores macroeconómicos.

Na segunda-feira, dia 27, "o indicador alemão IFO deve mostrar mais uma quebra na confiança empresarial em julho, ao recuar de 107,4 para 107,2. Há ainda a curiosidade na evolução das Encomendas de Bens Duradouros nos EUA (antecipa-se aumento de 3,3% em junho), depois de terem recuado mais que o previsto no mês anterior", referiu Ramiro Loureiro.

Já na terça-feira, dia 28, "os dados de Confiança Económica, Empresarial e dos Consumidores em Itália podem ter interesse para os investidores que apostam no mercado italiano (é esperada uma ligeira degradação no último mês). Os analistas estão a antecipar que o valor preliminar do PIB do Reino Unido sinalize um crescimento económico de 0,7% no 2º trimestre, face ao período anterior", sublinhou.

Nos EUA, o analista destacou que "as atenções vão estar voltadas para índice de preços de casas S&P CaseShiller (o mercado espera subida homóloga de 5,4% em maio). A indicação preliminar PMI Serviços deverá apontar para uma aceleração do ritmo de expansão da atividade terciária em julho (ao subir de 54,8 para 55). O leading Index da China dará um outlook económico para o país, que tem mostrado alguns sinais de arrefecimento".

Na quarta-feira, dia 29, o instituto GfK "deve antecipar a manutenção do otimismo dos consumidores da Zona Euro em agosto (com a leitura a permanecer nos 10,1), junto aos máximos. As Vendas a Retalho de Espanha também têm interesse (o mercado antecipa aumento homólogo de 3,6% em junho, acelerando o ritmo)", afirmou.

No mesmo dia, "em solo norte-americano vão ser libertados dados de imobiliário (os contratos promessa devem ter aumentado 1% em junho), mas certamente o mercado estará voltado para as decisões da Fed. Apesar de se esperar que a Reserva Federal mantenha a taxa diretora no mínimo histórico 0%-0,25%, qualquer sinal sobre o início da subida de juros vai mexer com Wall Street, e, muito possivelmente, com o arranque das congéneres europeias no dia seguinte", assinalou.

"Para quinta-feira, dia 30, há expectativas de que o valor preliminar do PIB espanhol aponte para nova aceleração da economia no país vizinho, ao crescer 1% no 2º trimestre face ao período antecedente (depois dos 0,7% no 4T14 e de 09% no 1T15) e 3,2% em termos homólogos. Doze meses depois, o índice harmonizado de Preços no Consumidor (IHPC) deve voltar a mostrar inflação homóloga em Espanha, ao subir 0,1% em julho, a mesma variação que é esperada para a Alemanha", realçou.

Na mesma data, "são também conhecidos indicadores de confiança na Zona Euro em diversos quadrantes, incluindo dados para Portugal, onde também será divulgada informação sobre as Vendas a Retalho e a Produção Industrial. Nos EUA será mais um dia de bastante interesse, para avaliar o crescimento económico (PIB deve ter crescido a taxa anualizada de 2,5% no 2º trimestre face aos primeiros três meses do ano), havendo ainda a habitual divulgação semanal dos Pedidos de Subsídio de Desemprego, que há duas semanas terão atingido o valor mais baixo desde 1973", lançou.

Finalmente, na sexta-feira, dia 31, "a divulgação das Vendas a Retalho na Alemanha pode marcar o arranque da sessão, uma vez que as perspetivas são muito otimistas, apontando para um crescimento homólogo de 4,1% em junho, após uma quebra de 0,4% em maio. De relevo, são ainda dados de evolução dos Gastos dos Consumidores em França, Balança de Transações Correntes em Espanha, Vendas a Retalho na Grécia, Taxa de Desemprego na Zona Euro (deve ter descido 10 pontos base para 11% em junho) e Inflação na região da moeda única (estimada nos 0,2% em julho, ainda longe da meta dos 2% estabelecida pelo BCE)", frisou.

Nos EUA apenas vão ser conhecidos o Chicago PMI e indicadores de confiança e inflação da Universidade de Michigan.