Meteorologia

  • 06 MAIO 2024
Tempo
13º
MIN 13º MÁX 20º

Há finanças a mais e economia a menos

O economista Augusto Mateus sustentou hoje que Portugal tem tido "finanças a mais e economia a menos" e afirmou que a estabilidade financeira só é garantida com a criação de riqueza.

Há finanças a mais e economia a menos
Notícias ao Minuto

19:00 - 08/07/15 por Lusa

Economia Augusto Mateus

"Temos tido finanças a mais e economia a menos, no sentido que, seguramente, temos de ter estabilidade financeira, mas ela conquista-se com capacidade de gerar riqueza", disse o economista e coordenador do estudo "Três décadas de Portugal Europeu", que foi hoje apresentado em Lisboa.

Augusto Mateus considerou que a economia portuguesa é "relativamente fechada" e afirmou que é preciso "ter menos medo da globalização", desenvolvendo estratégias competitivas adequadas.

Outro dos problemas que defendeu ser necessário resolver é o desemprego: "Não é um problema baseado exclusivamente na conjuntura ou na anemia da procura, é um problema de desemprego estrutural", afirmou, acrescentando que, nalguns casos, resulta da insuficiente rendibilidade das atividades, porque Portugal está mal posicionado na cadeia de valor.

Sobre os "desequilíbrios" que levaram, na transição para o século XXI, Portugal a confrontar-se com a estagnação da economia, uma "subida muito significativa" do défice e um aumento muito forte das dívidas do Estado das famílias em empresas, lembrou que a produção aumentou cerca de 80% entre 1986 e 2013, enquanto a despesa quase duplicou.

"Aumentámos mais o consumo do que a produção, o que, obviamente, é um fator de desequilíbrio, que gerou dívida e gerou défice externo", explicou.

Além disso, "montámos sistemas de redistribuição do rendimento generosos e corretos, mas sem fazer as reformas necessárias para os poder sustentar financeiramente", continuou o economista, notando que a demografia em Portugal se tornou muito regressiva.

"Para manter níveis de proteção social, para manter cuidados de saúde, para manter reformas, temos hoje maiores exigências financeiras por causa da evolução da demografia", sublinhou.

Questionado sobre a crise grega e uma eventual saída do país da zona euro, Augusto Mateus lamentou que "as negociações tenham demorado tempo demais", mas disse acreditar que ainda é possível encontrar uma boa solução.

"É preferível um ajustamento, por mais penoso que seja, do que uma má solução, que seria prolongar o sofrimento da população grega e as dificuldades da Europa", sugeriu.

O relatório 'Três décadas de Portugal europeu. Balanços e perspetivas', encomendado pela Fundação Francisco Manuel dos Santos, atualiza um estudo anterior ("25 anos de Portugal Europeu") com os anos de 2011 a 2013, os primeiros anos da 'troika' em Portugal, cobrindo todos os ciclos de programação de fundos comunitários desde a adesão de Portugal à então CEE.

Recomendados para si

;

Receba as melhores dicas de gestão de dinheiro, poupança e investimentos!

Tudo sobre os grandes negócios, finanças e economia.

Obrigado por ter ativado as notificações de Economia ao Minuto.

É um serviço gratuito, que pode sempre desativar.

Notícias ao Minuto Saber mais sobre notificações do browser

Campo obrigatório