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"Cenário não é a Bíblia do PS nem os economistas são apóstolos"

O secretário-geral do PS advertiu hoje que o cenário macroeconómico "não é a bíblia", nem os economistas liderados por Mário Centeno "são os profetas", contrapondo que o relatório é uma "etapa" para a concretização do programa eleitoral.

"Cenário não é a Bíblia do PS nem os economistas são apóstolos"
Notícias ao Minuto

15:11 - 21/04/15 por Lusa

Economia António Costa

António Costa falava em conferência de imprensa, após o coordenador do grupo de trabalho que elaborou o cenário macroeconómico do PS, Mário Centeno, ter feito uma extensa apresentação do relatório - documento que servirá de base ao programa eleitoral dos socialistas, que será conhecido a 06 de junho.

"O conjunto destas medidas inspiram e vão motivar a elaboração do programa do Governo e não posso também antecipar a avaliação que os órgãos do PS farão do conjunto deste relatório [cenário macroeconómico]. Este é um relatório técnico, não é a bíblia, nem estes senhores, que são economistas, são os apóstolos", salientou o secretário-geral do PS.

Neste contexto, o líder socialista fez questão de frisar que o relatório apresentado por Mário Centeno "não cobre todas as áreas do Governo", já que dele não constam medidas em setores como da Defesa Nacional ou a segurança interna.

"Nem sequer tem medidas sobre todas as áreas económicas. Este relatório define um quadro macroeconómico, que nós respeitaremos, e é dentro desse quadro que trabalharemos na elaboração do programa do Governo", acrescentou.

De acordo com António Costa, considerou que o principal desafio que está colocado no debate democrático reside na credibilização dos compromissos políticos assumidos pelos cidadãos.

"Esta iniciativa inédita do PS de convidar um grupo de economistas para elaborar um cenário macroeconómico para os próximos quatro, fazendo variar positivamente o cenário base (que é o das previsões da Comissão Europeia), visa credibilizar as propostas do partido, reforçando assim a confiança dos cidadãos na escolha da alternativa apresentada", sustentou.

O líder socialista defendeu depois que os portugueses estão cansados da ideia de serem governados por modelos macroeconómicos, sendo como tal "essencial romper com essa visão do mundo e reafirmar o primado da política".

"Mas reafirmar o primado da política não significa desprezar o valor do rigor e o valor da sustentabilidade das políticas a apresentar, assim como a seriedade dos compromissos assumidos. O programa de Governo que apresentaremos a 06 de junho tem ainda de passar pelo teste deste modelo operacional de simulação e de avaliação das políticas a propor", frisou a seguir o secretário-geral do PS.

Na apresentação do documento, António Costa defendeu também a ideia de que o cenário macroeconómico apresentado pelo grupo de economistas do PS prova que "há alternativa às políticas que têm sido prosseguidas e que é possível virar a página da austeridade".

"Este estudo demonstra que, com outras políticas e virando a página da austeridade, é possível obter melhores resultados económicos e melhores resultados quer do ponto de vista orçamental, quer ao nível da trajetória da dívida. O final deste exercício [2019] demonstra que o país pode crescer a uma média de 2,6 por cento, alcançando um défice final de 0,9 e tendo um rácio da dívida no PIB (Produto Interno Bruto) melhor do que aquele que está previsto", sustentou.

Depois, em jeito de conclusão, Costa deixou uma crítica ao atual Governo: "Não há razão para continuar a prosseguir políticas erradas que têm produzido resultados errados".

"Neste relatório não está previsto nenhum novo corte das pensões, assim como não está previsto que seja necessário esperar pelo final da próxima legislatura para eliminar a sobretaxa do IRS ou para a reposição integral dos vencimentos dos trabalhadores do setor público. É preciso acelerar essa reposição, é possível assegurar o regresso à normalidade", disse.

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