Novo CEO tem cerca de 1,4 milhões por ano para investir
O futuro presidente executivo da Galp, Gomes da Silva, terá um orçamento anual entre os 1,2 e 1,4 mil milhões de euros para investir, sobretudo na exploração e produção de petróleo e gás natural no Brasil e em Moçambique.
© Lusa
Economia Galp
O plano estratégico, que reviu em baixa o investimento a realizar pela petrolífera nacional nos próximos cinco anos, elaborado e apresentado aos acionistas e investidores por Ferreira de Oliveira, sofre o impacto da crise com a parceira Petrobras.
Carlos Gomes da Silva, que será nomeado presidente executivo após a assembleia-geral de acionistas de 16 de abril, vai ter em mãos investimentos sobretudo na exploração e produção de petróleo e gás natural, com destaque para os projetos do pré-sal brasileiro e de gás natural em Moçambique, mas também ao desenvolvimento de projetos em Angola.
O novo presidente entra a meio das investigações por suspeitas de corrupção na Petrobras, a petrolífera brasileira parceira da Galp na exploração de petróleo no Brasil, que está a provocar atrasos em alguns projetos.
Segundo o presidente cessante, Ferreira de Oliveira, "a reprogramação do plano de negócios [no Brasil] é mais devido à falência de empresas prestadoras de serviços à Petrobras". Em causa, estão seis plataformas que deveriam entrar em operação em 2017 e que agora só deverão começar a funcionar em 2018.
"O nosso diagnóstico dita um ano de atraso, mas é uma estimativa da média de todos os atrasos", adiantou o gestor há duas semanas, no Capital Markets Day, em Londres.
Ainda assim, o plano de Ferreira de Oliveira, na liderança executiva da petrolífera desde 2007, prevê um crescimento anual médio da produção de petróleo e gás entre 25% e 30% no período 2014 a 2020, o que é "uma taxa impar no setor", adiantou.
Quando Ferreira de Oliveira assumiu a liderança, a Galp Energia dependia sobretudo dos negócios de refinação e distribuição, representando a produção e exploração de petróleo apenas 7% dos proveitos, quando em 2014 já valia 34%.
Na sexta-feira, a petrolífera realçou "o longo período de colaboração e as transformações operadas no grupo Galp Energia sob a sua liderança" como "merecedores de uma pública manifestação de apreço e reconhecimento pela empresa".
O negócio do gás, em que se move o futuro presidente, também tem corrido de feição à emprsa, com as vendas a crescerem 5% em 2014, para 7,5 milhões de metros cúbicos, o que representa um valor recorde.
Carlos Gomes da Silva terá pela frente várias batalhas judiciais se o novo conselho de administração der seguimento a todas as lutas que Ferreira de Oliveira anunciou, para contestar uma "onda de legislação dirigida quase explicitamente" à petrolífera nacional.
Em causa, estão o alargamento da Contribuição Sobre o Setor Energético (CESE), que custará cerca de 150 milhões de euros, a multa de 9,3 milhões de euros, aplicada pela Autoridade da Concorrência (AdC) por práticas anticoncorrenciais no mercado do gás engarrafado e ainda a obrigação de vender combustíveis simples nos postos de abastecimento, a partir de meados de abril.
No comunicado emitido hoje ao mercado para comunicar a escolha de Gomes da Silva para a liderança executiva, o 'chairman' Américo Amorim destaca que o próximo mandato (2015-18) será "um período de crescimento ímpar dos negócios, com especial enfoque nas atividades de exploração e produção petrolífera".
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