"Tudo em aberto" para recuperação de fábrica de Mangualde
O presidente executivo do grupo PSA Peugeot Citroën disse hoje à Lusa que "tudo está em aberto" relativamente à recuperação do terceiro turno da PSA de Mangualde, precisando que "está totalmente dependente do sucesso dos automóveis nos mercados".
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Economia Peugeot
"Desde que na Europa haja um índice de confiança dos consumidores que vá melhorando, sabemos que há uma relação muito forte entre a melhoria do índice de confiança dos consumidores e o aumento do mercado. Logo que o mercado aumente, a atividade industrial vai aumentar", acrescentou Carlos Tavares, em declarações aos jornalistas.
O presidente executivo do grupo PSA Peugeot Citroën falava à margem da apresentação à imprensa do "Mondial de l'Automobile" (Salão do Automóvel), que arranca este sábado na Porta de Versalhes, em Paris, e se prolonga até 19 de outubro.
Em julho, o Centro de Produção de Mangualde da PSA suprimiu o terceiro turno de laboração, o que levará à redução de 280 postos de trabalho, devido a um ajustamento da atividade produtiva.
O relançamento do terceiro turno das fábricas de Mangualde tinha entrado em vigor em abril de 2013 e estava previsto funcionar durante, pelo menos, nove meses, mas acabou por funcionar 16 meses. Em causa, uma produção excecional e temporária que se verificava, então, na fábrica de Vigo do grupo.
Carlos Tavares disse, ainda, que as discussões prosseguem com o Governo português a propósito dos custos de energia em Portugal: "As discussões prosseguem, mas ainda não tivemos resultados", afirmou.
Em abril, de visita a Portugal, Carlos Tavares afirmou que os custos da energia elétrica no país são 40% mais elevados do que em França e adiantou que ia discutir o assunto com o secretário de Estado dos Transportes, Sérgio Monteiro.
No Salão do Automóvel, Carlos Tavares salientou, também, a importância da China para a recuperação económica do grupo, salientando que a empresa está "a crescer na Europa e na China".
"A empresa sofreu muito há alguns anos pelo facto de estar sobredependente do mercado europeu. Obviamente, quando o mercado europeu foi abaixo, a empresa também teve graves dificuldades. Para proteger a empresa para o futuro, é importante que não esteja dependente de um só mercado, mas de vários. O facto de termos agora duas pernas, uma perna chinesa e uma perna europeia, dá-nos a capacidade para aproveitar o que há de melhor no crescimento desses dois mercados", declarou.
Carlos Tavares assumiu a presidência executiva do grupo automóvel a 1 de abril deste ano, depois de ter deixado a Renault.
A sua chegada a um grupo concorrente da antiga empresa ocorreu num contexto difícil, depois de a PSA Peugeot Citroën ter levado a cabo, em 2012, um vasto plano de reestruturação das suas atividades em França e na Europa.
O fabricante francês levou a cabo, este ano, um aumento de capital que elevou para três o número de acionistas de referência, a família Peugeot, o Estado francês e o grupo chinês Dongfeng, cada um com 14,1% das ações do grupo.
Em julho, a Peugeot Citroën e o seu sócio chinês Dongfeng anunciaram que vão construir uma quarta fábrica na China para aumentar a capacidade de produção nesse país dos atuais 750 mil veículos para um milhão em 2016, altura em que a nova unidade deverá colocar veículos no Mercado.
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