DBRS avalia dívida soberana de Portugal e deve manter 'rating'

A DBRS divulga esta sexta-feira a avaliação do 'rating' de Portugal e, depois de uma subida em janeiro, tudo aponta para que a classificação se mantenha inalterada, segundo os analistas ouvidos pela Lusa.

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Lusa
17/07/2025 10:54 ‧ há 5 horas por Lusa

Economia

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O diretor de Investimentos do Banco Carregosa, Filipe Silva, indica à Lusa que "a DBRS deverá manter tanto o rating como o Outlook de Portugal", recordando que, em janeiro, o Outlook (perspetiva) tinha sido revisto de positivo para estável.

 

"A atual conjuntura geopolítica pode trazer novos desafios ao crescimento económico, que ainda são difíceis de mensurar pelo facto de ainda estarem a ser fechados acordos relativamente às tarifas", salienta o analista, acrescentando que "Portugal continua com um crescimento modesto, que é contrabalançado por uma diminuição da dívida, um sistema bancário mais forte e excedentes orçamentais, o que lhe permite estar melhor preparado para um volte de face negativo que a economia possa vir a ter".

Filipe Silva destaca ainda que "as projeções de crescimento económico têm sido revistas em baixa, no entanto, os planos de investimento em defesa e infraestruturas anunciados na Europa, podem servir de contrapeso e fomentar o crescimento", pelo que será preciso "mais tempo e avaliar se Portugal consegue manter a trajetória de descida do seu nível de endividamento".

O analista da Xtb Vítor Madeira também considera, em declarações à Lusa, que "apesar de a revisão a 18 de julho suscitar naturalmente a questão sobre uma possível alteração nesta avaliação - com base nos mais recentes indicadores macroeconómicos e de mercado - tudo aponta para a manutenção do rating e do outlook estável".

Olhando para os indicadores económicos da economia nacional, o Produto Interno Bruto (PIB) registou uma ligeira contração no 1.º trimestre, nota, mas manteve um crescimento de 1,6% em termos homólogos, "evidenciando resiliência face ao contexto europeu", enquanto a taxa de desemprego está estável e a dívida pública continua elevada, mas em trajetória descendente.

Nos mercados, as yields das obrigações do Tesouro a 10 anos subiram, mas Vítor Madeira ressalva a "redução do spread face às obrigações alemãs, o que traduz uma perceção de baixo risco por parte dos investidores internacionais e, por consequência, uma melhoria na credibilidade financeira do país".

Neste cenário, "a atual avaliação da DBRS parece adequada, uma vez que Portugal continua a demonstrar capacidade estável para cumprir as suas obrigações financeiras e não apresenta elementos que justifiquem uma revisão em alta ou baixa do rating neste momento".

Tal como Filipe Silva, o analista da Xtb também considera que outlook se deverá manter estável, "refletindo um equilíbrio entre riscos e oportunidades".

Este ano, tanto a DBRS como a S&P melhoraram a classificação da dívida soberana nas suas revisões, que aconteceram ainda antes da crise política que levou a eleições antecipadas, enquanto a Fitch, a Moody's e a Scope mantiveram o 'rating' de Portugal inalterado.

O 'rating' é uma avaliação atribuída pelas agências de notação financeira, com grande impacto para o financiamento dos países e das empresas, uma vez que avalia o risco de crédito.

Leia Também: DBRS sobe 'rating' de emitente de longo prazo da CGD

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