O Governo não irá reconduzir o atual governador do Banco de Portugal (BdP) e o primeiro-ministro, Luís Montenegro, deverá anunciar o sucessor de Mário Centeno na sexta-feira, após reunião do Conselho de Ministros.
O mandato do antigo ministro das Finanças termina no próximo fim de semana.
A informação está a ser avançada pelo Negócios, que adianta que Montenegro deverá surpreender na escolha do próximo governador do banco central, anunciando alguém vindo de fora do país e ninguém dos nomes que têm sido apontados.
Estarão por isso fora da corrida o antigo ministro das Finanças Vítor Gaspar e o economista Ricardo Reis, professor na London School of Economics.
O jornal diz mesmo que Vítor Gaspar já terá aceitado um outro cargo numa outra instituição, para onde transitará após a saída do FMI, e Ricardo Reis está fora das opções do primeiro-ministro.
Após o debate do Estado da Nação, que decorre esta tarde, o Governo reúne-se em Conselho de Ministros amanhã, e em cima da mesa deverá estar a escolha para o Banco de Portugal, um dia antes do fim do mandato de Centeno.
Assim sendo, e face ao atraso na escolha, Centeno deverá ter de ficar em funções até setembro,.
Questionado há um mês sobre o seu futuro após o final do mandato enquanto governador do BdP, Mário Centeno disse estar "sempre disponível para o país".
"Eu tenho um mandato para cumprir, diria cumprido, estarei sempre disponível para o país, seja no Governo, seja no BdP, seja numa universidade a fazer o que gosto mais que é falar", disse o governador do banco central, quando questionado na conferência de imprensa de apresentação do Boletim Económico de junho.
No mês passado, o Partido Socialista defendeu a recondução do governador, sublinhando que a competência de Mário Centeno é reconhecida e seria necessária "muita justificação" para não ser reconduzido para um segundo mandato.
"O professor Mário Centeno é provavelmente das pessoas mais qualificadas em Portugal e seria necessária muita justificação, ou uma justificação muito plausível, para a sua não recondução", afirmou o deputado do PS António Mendonça Mendes em declarações à agência Lusa na altura.
Já o líder do Chega, André Ventura pediu a audição na Assembleia da República do governador do BdP, acusando-o de ter guardado as previsões económicas para depois das eleições com o intuito de favorecer o Governo da AD.
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