A seleção dos projetos vencedores será divulgada no último trimestre deste ano, revelou à Lusa fonte oficial da empresa.
Destinado a apoiar projetos que promovam o acesso a energia em comunidades desfavorecidas de África, e nesta 7.ª edição a abranger também o Brasil, foram elegíveis nesta edição do Fundo organizações sediadas em qualquer parte do mundo desde que o seu âmbito de atuação seja num dos países abrangidos.
"O facto de termos recebido mais candidaturas comparativamente com as edições anteriores deixa-nos dois sinais importantes: por um lado, revela que há ainda muito por fazer para levar energia limpa e acessível a todos e, por outro, demonstra que há cada vez mais pessoas e organizações alinhadas com o nosso compromisso de promover mudanças positivas e duradouras", referiu, em declarações à Lusa, Vera Pinto Pereira, administradora da EDP e presidente da Fundação EDP.
O Fundo já financiou 47 projetos de energia renovável em sete países africanos, desde que foi lançado em 2018, incluindo Angola e Moçambique, revelou a EDP à agência Lusa.
Com um apoio total de 4,5 milhões de euros canalizados para esses projetos, o Fundo teve impacto, direto e indireto, em mais de oito milhões de pessoas, adiantou a mesma fonte.
Desde o seu lançamento, o Fundo A2E recebeu mais de 900 candidaturas e financiou projetos em sete países africanos - Angola, Moçambique, Maláui, Quénia, Tanzânia, Nigéria e Ruanda.
Em termos de geografia, dos 47 projetos apoiados, nas seis edições, a maior incidência recai sobre projetos desenvolvidos na Nigéria (30%), seguindo-se Moçambique (23%) e Quénia (17%).
Na edição mais recente já com projetos selecionados, a 6ª edição do Fundo A2E, cuja iniciativa decorreu em 2024, foram apoiados nove projetos, cuja implementação está a decorrer em 2025.
Dos projetos selecionados a empresa destacou três no setor da saúde, que vão permitir eletrificar clínicas e maternidades rurais, assegurando cuidados contínuos e melhor resposta a emergências.
Na educação, destaque para duas intervenções em escolas primárias e centros de formação para raparigas, com impactos alargados no ensino, alimentação e sustentabilidade ambiental.
A EDP referiu ainda duas iniciativas, que combinam saúde e educação, apoiando populações deslocadas e crianças com deficiência e os projetos comunitários, que visam melhorar a qualidade de vida através do acesso à iluminação e à água potável.
Em declarações à Lusa, Vera Pinto Pereira, referiu que no mundo, uma em cada 11 pessoas ainda vive sem acesso à eletricidade, e cerca de dois mil milhões de pessoas não têm acesso a água potável.
"Foi com o objetivo de contribuir para mudar esta realidade que criámos o Fundo A2E", disse Vera Pinto Pereira para quem este fundo "mais do que um apoio financeiro, é um verdadeiro compromisso com a melhoria das condições de vida das comunidades e com a transição para um futuro mais sustentável e inclusivo".
"Acreditamos que o acesso à energia deve ser um direito fundamental, não um privilégio", referiu.
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