A receita corrente entre janeiro e abril foi de 34 mil milhões de patacas (3,77 mil milhões de euros), de acordo com dados publicados 'online' pela Direção dos Serviços de Finanças (DSF) do território.
A principal razão para a diminuição foram as receitas financeiras, que passaram de mil milhões de patacas (110,8 milhões de euros) nos primeiros quatro meses de 2024 para apenas seis mil patacas (665 euros) este ano.
Esta rubrica corresponde aos resultados da Autoridade Monetária de Macau, o regulador financeiro da região, e inclui receitas de investimentos e de juros e dividendos.
Além disso, os dados também revelam uma queda de 0,06%, para 29,8 mil milhões de patacas (3,31 mil milhões de euros) nas receitas dos impostos sobre o jogo, que, ainda assim, representaram 84,7% do total.
As seis operadoras de jogo da cidade pagam um imposto direto de 35% sobre as receitas do jogo, 2,4% destinado ao Fundo de Segurança Social de Macau e ao desenvolvimento urbano e turístico, e 1,6% entregue à Fundação Macau para fins culturais, educacionais, científicos, académicos e filantrópicos.
Os impostos sobre o jogo caíram, apesar dos casinos de Macau terem registado receitas totais de 76,5 mil milhões de patacas (8,43 mil milhões de euros) nos primeiros quatro meses do ano, mais 0,8% do que no mesmo período de 2024.
Entre janeiro e abril, Macau recolheu 30,2% da receita corrente projetada para 2025 no orçamento da região, que é de 112,6 mil milhões de patacas (13,05 mil milhões de euros).
Pelo contrário, a despesa pública subiu 2,6% nos primeiros quatro meses, para 24 mil milhões de patacas (2,66 mil milhões de euros), devido a uma despesa de 874,7 milhões de patacas (96,9 milhões de euros) em "ações e outras participações".
A Lusa pediu à DSF mais informação sobre esta rubrica mas não recebeu até ao momento qualquer resposta.
Em 15 de abril, o novo líder do Governo de Macau, Sam Hou Fai, admitiu recear um défice orçamental em 2025, devido à desaceleração nas receitas do jogo.
Macau terminou abril com um excedente nas contas públicas de 10,3 mil milhões de patacas (1,14 mil milhões de euros), menos 18,5% do que no mesmo período do ano passado.
Ainda assim, este valor já é maior do que a previsão do Governo para todo o ano de 2025: 6,83 mil milhões de patacas (751,5 milhões de euros).
Macau fechou 2024 com um excedente de 15,8 mil milhões de patacas (1,87 mil milhões de euros), mais do dobro do registado no ano anterior.
O último exercício foi o primeiro desde 2020, no início da pandemia, em que o território conseguiu manter as contas em terreno positivo, algo exigido pela Lei Básica (a "miniconstituição" de Macau), sem efetuar transferências da reserva financeira.
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