O ano de 2024 foi o segundo melhor de sempre em vendas brutas dos jogos sociais da Santa Casa de Lisboa, ultrapassando os 3,1 mil milhões de euros, e com o maior valor de sempre de prémios pagos. A raspadinha destaca-se, sendo responsável por mais de metade deste montante (58,8%).
"Relativamente à Lotaria Instantânea, registou um crescimento marginal de 0,6%, subindo de 1.836 M€ para 1.848 M€, mantendo a nível de representatividade no portefólio (58,8%)", pode ler-se no comunicado da Santa Casa.
De acordo com os resultados disponíveis no Relatório e Contas 2024 do Departamento de Jogos da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, a instituição fechou 2024 com "o segundo melhor resultado da sua história em termos de vendas brutas, com um volume de 3.142,9 milhões de euros (apenas superado em 2019)".
Deste valor, o Estado recebeu um total de 895,5 milhões de euros, divididos entre 673 milhões de euros pela distribuição de resultados a beneficiários e 211,6 milhões de euros através do Imposto de Selo, "o maior de sempre gerado pela venda dos jogos sociais".
"O ano de 2024 registou o maior valor de sempre de prémios pagos pelos Jogos Santa Casa aos apostadores, totalizando 2.073,2 milhões de euros", lê-se no relatório.
De acordo com o provedor da Santa Casa, 2024 "foi o ano em que as vendas através dos canais digitais tiveram o valor mais alto de sempre" e defendeu que é preciso perceber que "isso é uma tendência e que não pode deixar de o ser nos jogos sociais".
No entanto, frisou que os jogos sociais explorados pela instituição "têm como base fundamental um ponto físico de comercialização" e a rede de mediadores, garantindo que a Santa Casa continuará a "respeitar totalmente" a concessão de jogo que lhe foi atribuída.
Problema das dependência é uma preocupação
Apesar de os jogos sociais serem a principal fonte de receita da instituição, o problema das dependência é uma preocupação, apesar de o provedor ter salientado que "os jogos sociais não representam mais do que 15% do total do jogo em Portugal" e "a raspadinha representar cerca de 7%".
Destacou, por outro lado, que a Santa Casa tem uma linha de apoio para os casos de dependência, através da qual é dado suporte aos apostadores, e que "mais de 65% das chamadas recebidas nada têm a ver com os jogos sociais".
Defendeu, por isso, que é preciso olhar para o fenómeno do jogo 'online' com preocupação e encontrar soluções, apontando que se trata de um "desafio de toda a sociedade".
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