Bundesbank defende equilíbrio entre dólar e euro como moedas de reserva

O presidente do Bundesbank afirmou hoje que, depois do dia caótico vivido em 02 de abril nos mercados devido à política tarifária dos Estados Unidos, é necessário encontrar um equilíbrio entre o dólar e o euro como moedas de reserva.

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© Getty Images/A. Perez Meca/Europa Press

Lusa
14/05/2025 12:42 ‧ há 5 horas por Lusa

Economia

Tarifas

Joachim Nagel, que falava num pequeno-almoço informativo no Nueva Economía Fórum, onde foi apresentado pelo governador do Banco de Espanha, José Luis Escrivá, afirmou que o dia 02 de abril foi um exemplo perfeito de "como as coisas podem correr mal".

 

"Estivemos perto do abismo", com os mercados financeiros muito perto de uma situação de caos, acrescentou.

O que se aprendeu com o dia 02 de abril é que o dólar norte-americano é muito importante para o sistema financeiro global, no qual o euro também desempenha um papel importante que será reforçado nos próximos anos.

Nagel indicou que o episódio de 02 de abril pode levar os investidores em carteiras a quererem diversificar mais as suas participações em divisas para evitar riscos de concentração.

Nagel recordou que houve quem questionasse se o dólar deveria ser uma moeda de reserva e acrescentou que essas incertezas deveriam ser evitadas porque é necessário um dólar forte, mas também um euro forte, que deveria tornar-se uma moeda de reserva ainda mais importante do que é atualmente.

Relativamente à integração europeia em matéria fiscal e bancária, Nagel afirmou que as competências fiscais devem ser deixadas ao nível nacional, mas que a união bancária seria um passo muito importante.

Nagel disse ainda que é realista e que prefere trabalhar na União Bancária, de Poupança e de Investimento "e se houver mais alguma coisa, logo se vê".

O euro digital é uma questão de resiliência da Europa, sobretudo no que se refere aos pagamentos digitais, uma vez que os serviços digitais atualmente utilizados na Europa estão muitas vezes domiciliados nos Estados Unidos.

Acrescentou que nunca se pensou que as notas deixariam de circular e que o euro digital apenas complementaria os pagamentos em numerário.

No que se refere à simplificação regulamentar do setor bancário, afirmou que é necessário rever o que foi feito nos últimos dez anos e que contribuiu para que o setor financeiro se encontrasse numa boa situação.

O responsável alemão sublinhou a receção positiva da carta dos presidentes dos bancos centrais de Espanha, Alemanha e Itália à Comissária para os Serviços Financeiros e a União da Poupança e do Investimento, María Luisa Albuquerque.

Nagel admitiu que, na altura, talvez tenham ido "um pouco longe demais" na introdução de obrigações de informação, embora tenha afirmado que a simplificação não significará um relaxamento excessivo da regulamentação.

Ao mesmo tempo, afirmou que a aplicação integral de Basileia III (o quadro regulamentar internacional para melhorar a estabilidade do sistema financeiro) "é extremamente necessária".

Questionado sobre se podem esperar mais cortes nas taxas de juro por parte do Banco Central Europeu (BCE), que atualmente as mantém em 2,25%, recomendou que se aguardasse pela reunião de junho, porque neste momento ainda persiste a incerteza e ninguém sabe o que vai acontecer dentro de cinco ou seis semanas.

Leia Também: Economia alemã cresceu um pouco no 1.º trimestre, mas contraiu-se no 2.º

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