Em declarações à Lusa, Luís Leitão, dirigente sindical, defendeu que os trabalhadores "foram pressionados a sair", tendo a empresa dado poucos dias para aceitarem os termos propostos pela gestão da produtora de pasta e papel.
Além disso, considera que "a questão que está em cima da mesa, e está subjacente, é o facto de a maioria deles reivindicar, isto é, não se calar e pedirem aumentos salariais, por exemplo. E quem fez greve teve avaliação negativa", denunciou.
"Do ponto de vista democrático isto não é aceitável", acrescentou.
No entendimento do sindicato, estão "perante uma administração do tempo da outra Sra. em que a democracia não existia e quem falava era penalizado".
"A União dos Sindicatos de Setúbal/CGTP-IN não concorda com este tipo de intimidação e rejeita tais atitudes, afirmando desde já toda a nossa solidariedade para com estes trabalhadores, e perante uma empresa que é dada como exemplo dos lucros, entendemos que devia ser também uma empresa que fosse dada como exemplo do exercício democrático onde o direito à reunião e reivindicação fosse exercido por todos sem ser pressionado", reforçou.
Luís Leitão detalhou ainda que do total dos trabalhadores em causa, 30 são funcionários da fábrica da Navigator em Setúbal e os restantes 24 da unidade na Figueira da Foz. E, até ao momento, 39 já terão assinado os acordos para a rescisão do contrato.
A Lusa contactou a Navigator, estando ainda a aguardar resposta.
A Navigator fechou 2024 com lucros de 287 milhões de euros, um aumento de 4% face a 2023.
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