"O nosso objetivo para este ano é 9,2 milhões de euros de faturação global, Portugal vai ser a maior parte" desse valor, acrescenta o 'managing partner' da empresa de consultoria estratégica, transformação digital e desenvolvimento de talento.
"Temos um plano de crescimento a cinco anos [de 2022 a 2026], no segundo ano já superámos, porque o objetivo era ter sete milhões [de euros] de faturação e tivemos oito milhões. Neste momento queremos crescer mais em qualidade", prossegue o responsável.
A primeira área de crescimento "é Portugal", salienta, recordando que desde a fundação da LBC que a empresa quis ser internacional, ter projetos internacionais, não sendo o mercado português a grande prioridade.
Agora, "Portugal é a primeira prioridade porque sentimos que temos de ter um 'home market' forte para termos menos risco no processo de internacionalização", explica o presidente executivo (CEO).
"Crescemos em Portugal 155% no ano passado, este ano já duplicámos as vendas que tínhamos em termos de objetivos" para 2024, adianta, referindo que vendas não são iguais a faturação.
A segunda área de crescimento da empresa diz respeito a multilaterais, ou seja, organizações como Banco Mundial, União Europeia, Nações Unidas: "Começámos um trajeto há cinco anos de criarmos um currículo que nos permite ter projetos cada vez maiores nessas entidades".
Esta área "está a correr bastante bem, de início eram os países que falavam português" como Cabo Verde, Angola e Moçambique, e agora "é toda a África", diz.
"Já trabalhamos no Ruanda, Gana, África do Sul e temos agora a possibilidade no Botsuana e no Senegal também, com um projeto de algum relevo", partilha o CEO e fundador da Leadership Business Consulting.
E nesta área geográfica "sentimos uma grande satisfação porque são projetos grandes de impacto na vida das pessoas e os nossos consultores sentem-se muito mobilizados por isso".
A terceira área de crescimento "é a 'nearshore' de 'web development' e 'intelligent automation' na Europa, já temos experiências em Espanha, na Bélgica, no Reino Unido, Alemanha, Brasil e no México", elenca.
No entanto, a LBC está agora "mais focada" no mercado europeu.
A quarta e última área de crescimento assenta em serviços baseados em produtos, a qual tinha abrandado e agora é retomada, até muito associada à inteligência artificial (IA).
"Estamos agora a introduzir a inteligência artificial, funciona bem, até em África", sublinha Carlos Oliveira.
E dá o exemplo da IA aplicada na formação: "Faz com que pessoas com baixo nível de literacia digital acedam conteúdos muito facilmente", afirma.
Por exemplo, a LBC fez uma formação para as cooperativas agrícolas em Angola em todo o território numa altura que coincidiu com a covid-19.
A formação teve de ser feita em suporte digital e "tinha a vantagem que todos tinham a mesma qualidade de formação, fizeram-se comunidades [que permitia tirar dúvidas entre si] e ficaram com os conteúdos sempre disponíveis", conta.
Além disso, com recurso à IA, o utilizador/formando, mesmo com pouca literacia digital, coloca as questões e o sistema responde.
Questionado como gostaria de ver a LBC em 2026, Carlos Oliveira sintetiza: "Gostava de ver uma empresa mais presente na Europa do que estamos agora", na Alemanha, Suíça, França, e com projetos mais longos.
Além disso, quer também voltar a ter a ligação que tinha a Silicon Valley.
Entre 2010 e 2014, a LBC "tinha uma ligação muito forte a Silicon Valley, tínhamos lá quatro pessoas, apoiámos 77 'startups' portuguesas", através do programa Global Strategic Innovation (GSI).
"Estamos agora a reforçar, o que gostaríamos de fazer a seguir à Europa é crescer nos Estados Unidos, na Califórnia", remata.
Em síntese, no primeiro trimestre deste ano "ultrapassamos os 100 milhões de euros de receitas em prestação de serviços [acumulados] em 18 países e em mais de 1.200 projetos", o que "faz de nós um centro de competências internacional e com provas dadas e isso é muito bom para nós".
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