Companhia aérea moçambicana exige regime de exclusividade a novo gestor

A estatal Linhas Aéreas de Moçambique (LAM) disse hoje que o novo gestor da companhia, Dane Kondic, deve trabalhar em "regime de exclusividade", após conhecida a sua nomeação também como presidente da administração da companhia aérea do Botsuana.

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Lusa
29/06/2025 20:47 ‧ há 5 horas por Lusa

Economia

Moçambique

"Foi convocada uma reunião extraordinária neste domingo, 29 de junho de 2025, durante a qual o conselho reafirmou que o exercício das funções de presidente da comissão de gestão da LAM deve ocorrer em regime de exclusividade, assegurando total dedicação ao processo de reestruturação da companhia", lê-se num comunicado da companhia de bandeira moçambicana, enviado à comunicação social.

 

Em causa está a nomeação de Dane Kondic, presidente da comissão de gestão da LAM desde maio, para o cargo de presidente do conselho de administração da companhia Air Botsuana, segundo anunciou a transportadora daquele país neste fim de semana.

"A Air Botswana dá as boas-vindas ao seu novo conselho de administração. A sua nomeação marca um novo capítulo na trajetória da companhia aérea, que continua a sua jornada de serviço, resiliência e orgulho nacional", lê-se no anúncio da companhia aérea, consultado hoje pela Lusa.

Segundo a LAM, Kondic foi nomeado para presidente não executivo do conselho de administração da Air Botsuana, cargo de natureza consultiva e que é exercido em regime de "tempo parcial e sem atribuições executivas".

Entretanto, o conselho de administração da LAM reuniu-se hoje para avaliar os "potenciais riscos de conflitos de interesse", uma vez que as companhias aéreas de Moçambique e do Botsuana atuam no mercado regional, considerado um "eixo estratégico" para a expansão da transportadora moçambicana.

"Na sequência da referida reunião, o conselho deliberou que o senhor Dane Kondic deverá exercer as suas funções na LAM em regime de exclusividade, deliberação que foi acolhida com disponibilidade pelo próprio", refere a empresa no documento, acrescentando que decorrem conversações com o gestor para "viabilizar a implementação" da decisão, tida como "essencial para a continuidade do exercício das suas funções" na liderança da comissão de gestão.

A LAM referiu ainda que mantém "total confiança" nas capacidades técnicas, estratégicas e de liderança de Dane Kondic, admitindo o seu "papel fundamental" para a recuperação e modernização da companhia aérea.

Dane Kondic, 60 anos, tem dupla nacionalidade (sérvia e australiana) e, entre outros cargos em transportadoras aéreas de vários países, já foi presidente do conselho de administração da portuguesa euroAtlantic.

O Instituto de Gestão das Participações do Estado (Igepe) moçambicano anunciou em 13 de maio o afastamento da administração da LAM e a nomeação de uma comissão de gestão presidida por Dane Kondic.

A decisão foi tomada em assembleia-geral extraordinária da LAM, no "âmbito do processo de revitalização" da companhia aérea estatal, avançando então com "efeitos imediatos" a cessação de funções de Marcelino Gildo Alberto, que era presidente do conselho de administração, e dos administradores Altino Xavier Mavile e Bruno Miranda.

Foi também aprovada a nomeação de um conselho de administração não executivo, composto por representantes das três empresas estatais que este ano passaram a ser acionistas da LAM, casos da Hidroelétrica de Cahora Bassa (HCB), Portos e Caminhos de Ferro de Moçambique (CFM) e Empresa Moçambicana de Seguros (Emose).

A consultora Knighthood Global assumiu em maio que tem três meses para "estabilizar e reposicionar" a LAM, explicando então que foi "nomeada pelo Governo de Moçambique para ajudar a revitalizar" a companhia e "o setor da aviação em geral do país".

Há vários anos que as Linhas Aéreas de Moçambique enfrentam problemas operacionais relacionados com uma frota reduzida e falta de investimentos, com registo de alguns incidentes, não fatais, associados por especialistas à deficiente manutenção das aeronaves.

Leia Também: "Grande importância". AR unânime na saudação pelos 50 anos de Moçambique

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