A coordenadora da Comissão Técnica Independente (CTI) que fez a avaliação da solução aeroportuária de Lisboa, Maria do Rosário Partidário, admitiu, esta quinta-feira, reavaliar Santarém como localização para a infraestrutura, depois de os promotores desta opção terem dito que estão a alterar o projeto.
Em causa está o facto de existirem constrangimentos em Santarém que limitam o número de voos, "que é demasiado baixo para poder constituir um hub internacional", disse Rosário Partidário, em declarações em Santarém, transmitidas pela RTP3.
Contudo, admitiu que "pode haver alterações das circunstâncias, de diversas formas, se isso acontecer vamos ver", apontou.
Rosário Partidário acrescentou que vai "esperar pelas conclusões" do diálogo, admitindo reavaliar, depois, a situação.
A coordenadora da CTI já tinha adiantado, na quarta-feira, que os promotores do aeroporto em Santarém estão a alterar o projeto, mas lembrou que algumas condicionantes não podem ser mudadas.
"A questão da inviabilidade de Santarém, como está no relatório [da CTI], deve-se a uma restrição, que foi identificada pela NAV [empresa que assegura o controlo de tráfego aéreo em Portugal], de 24 movimentos por hora, devido à navegação aérea. E isso não é viável para um aeroporto internacional que seja alternativo à Portela. É viável para um aeroporto complementar à Portela, não é viável para um aeroporto internacional. Foi por isso que nós dissemos que não era viável", explicou Maria do Rosário Partidário.
De recordar que o estudo realizado pela Comissão Técnica Independente classificou a construção do futuro aeroporto de Lisboa no campo de Tiro de Alcochete, numa fase inicial numa solução dual com o Aeroporto Humberto Delgado como a melhor opção para a nova infraestrutura aeroportuária, mas a decisão final será da responsabilidade do próximo Governo.
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