Irregularidades no BES resultam de "incompetências do topo"
Em entrevista ao Jornal de Negócios, Ricardo Salgado, presidente do Banco de Espírito Santo (BES), fala sobre os problemas que estão a assolar o grupo e que são, na sua opinião, o resultado da “crise forte” que os obrigou a dar menos atenção “à área não financeira”. Convicto de que tudo será feito para que a situação fique regularizada, o empresário refere também que está sempre aos dispor do BES, quer isso implique abdicar do seu cargo ou não.
© Reuters
Economia Ricardo Salgado
A crise que assolou o país não deixou passar ao lado também as grandes instituições bancárias como é o caso do BES. Com dívida por contabilizar, Ricardo Salgado revela que “a crise bateu forte e bateu forte no grupo” pois “as necessidades de concentração das nossas atenções e esforços no sector financeiro, principalmente a partir de 2008, levaram a uma menor atenção na área não financeira”.
Os erros cometidos foram da responsabilidade “da estrutura e organização de topo”, pois a ES International, que é a holding de topo, é “liderada por cinco acionistas da área financeira”, o que acabou por fragilizar as áreas administrativa, contabilística e financeira.
Um erro que resulta “da neglicência muito grande da administração da ES International”, a holding de topo, da qual Ricardo Salgado faz parte mas que garante “que o compromisso, para que tudo fique regularizado” seja total.
Mas estas falhas, garante ao Jornal de Negócios, não levaram ao enriquecimento ilícito e são resultado apenas da “incompetência”.
Perante estas situações, Ricardo Salgado não esclarece se haverá alterações na administração do grupo, mas recorda que teve um voto de 98% de confiança por parte da administração do BES.
Apesar disso, diz-se disponível para fazer o que for melhor para o banco, signifique isso abdicar ou não do seu cargo. Convicto de que não baixará os braços, diz-se também ciente da realidade e que aos 70 anos sabe que “a casa vai precisar de uma equipa inteligente, vigorosa, energética para seguir em frente dentro daquilo que é a união bancária europeia”.
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