Assinala-se esta sexta-feira o primeiro ano da guerra na Ucrânia. A invasão russa - justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
Neste momento, pelo menos 17,7 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento - mas há outros números que marcam os últimos 12 meses. O Notícias ao Minuto selecionou quatro. Confira-os:
16 mil milhões de euros: O valor necessário para a reconstrução da Ucrânia
O primeiro-ministro ucraniano, Denys Shmygal, disse que o país precisa de cerca de 16 mil milhões de euros para a reconstrução "rápida" da habitação e das infraestruturas energéticas e impulsionar a economia.
"A Ucrânia precisa de mais 17 mil milhões de dólares [aproximadamente 16 mil milhões de euros] para se recompor este ano. Estamos a falar da reconstrução do setor energético e da construção de casas, desminagem e recuperação económica", indicou Shmygal numa declaração governamental, citada pela agência Europa Press.
67,7 mil milhões: O valor da ajuda da UE à Ucrânia
A União Europeia (UE) enviou já 67,7 mil milhões de euros de ajuda à Ucrânia e tem mais verbas alocadas para este ano na sequência da invasão russa iniciada em 24 de fevereiro de 2022.
A solidariedade da UE e dos Estados-membros para com a Ucrânia passa, em grande parte, por assistência económica, que contabiliza já 37,8 mil milhões.
A ajuda à reconstrução do país irá mobilizar, por seu lado, uma verba de pelos menos sete milhões de euros, estima Bruxelas, num programa destinado especificamente ao poder local, no âmbito da iniciativa 'Fénix'.
A UE já tinha mobilizado, em 2022, 630 milhões de euros para ajuda humanitária e enviado, através do seu Mecanismo de Proteção Civil mais de 82.000 toneladas de assistência em espécie com um valor estimado de mais de 527 milhões de euros.
10 pacotes de sanções: MNE dá como certa adoção do 10.º pacote de sanções à Rússia
O ministro dos Negócios Estrangeiros português disse que há um "acordo político" entre os parceiros europeus em torno do décimo pacote de sanções à Rússia, subsistindo apenas "aspetos técnicos", e considerou uma "certeza" a sua adoção ainda esta semana.
"Há um acordo político e podem ter a certeza que esta semana haverá o décimo pacote de sanções" da União Europeia (UE) contra a Rússia, a tempo de assinalar o primeiro aniversário da invasão à Ucrânia, disse João Gomes Cravinho à saída de uma reunião dos chefes de diplomacia dos 27 do bloco comunitário, que decorreu em Bruxelas.
"Há aspetos técnicos que ainda precisam de ser trabalhados", referiu, precisando que "os serviços estão a trabalhar nos detalhes técnicos".
O ministro adiantou que, além de alargar a mais de uma centena de indivíduos ou entidades as medidas restritivas, "o pacote vai incluir também a proibição de exportações, provavelmente no valor de cerca de 11 mil milhões de euros, de peças ou equipamentos que indiretamente contribuem para o esforço militar russo".
8.000: Número de civis mortos na Ucrânia, segundo a ONU
O número de civis mortos na guerra na Ucrânia e confirmados pela ONU ultrapassou a barreira dos 8.000, anunciou o Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos, acrescentando registar também 13.287 feridos civis.
"Os nossos dados são apenas a ponta do 'iceberg' numa guerra cujo custo para os civis é insuportável", afirmou o alto-comissário da ONU para os Direitos Humanos, Volker Türk, em comunicado.
Esta agência da ONU, que faz o acompanhamento das baixas civis desde o início da invasão russa, há quase um ano, publicou hoje um relatório anual no qual destaca que pelo menos 487 dos civis mortos e 954 dos feridos eram crianças.
Entre as vítimas (feridos e mortos) de que se conhece o género, 40% eram mulheres, adianta-se no relatório, em que se reconhece que o número real deve ser muito maior, já que não há dados completos sobre os efeitos da guerra nas cidades mais duramente atingidas pelo conflito, como Mariipol, Lisichansk, Popasna ou Severodonetsk.
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