Segundo este estudo - elaborado pela FEP e pela Universidade de Saint Gallen (Suíça), em colaboração com uma rede internacional de parceiros e instituições académicas -- o índice da qualidade global da elite portuguesa deteriorou-se, sobretudo, devido à "evolução negativa no sub-índice de poder, em especial no que diz respeito ao poder económico das elites".
"Em destaque está o recuo expressivo no pilar de "destruição criativa" -- que avalia a renovação dinâmica do tecido económico --, devido à introdução de dois novos indicadores relativos ao investimento privado em inteligência artificial (IA), uma área em que Portugal surge mal colocado", explica a FEP.
Além disso, Portugal também comparou mal no sub-índice de valor, o que traduz "a perda de valor económico, com destaque para um conjunto de fragilidades estruturais persistentes, nomeadamente: fraco crescimento da produtividade laboral, elevada taxa de desemprego jovem, fuga de talento, reduzida participação na força de trabalho e dificuldades no acesso à habitação".
Por outro lado, foi possível verificar uma evolução positiva em indicadores como o rácio da dívida pública e o desempenho ambiental.
A FEP alerta, assim, para perdas significativas na capacidade de geração de valor económico, sendo que a "tendência de redução da qualidade das elites -- ligada a fragilidades estruturais internas que determinam um modelo económico pouco competitivo -- dificulta uma resposta eficaz aos desafios globais cada vez mais complexos".
Portugal recuou para o 30.º lugar entre 151 países, mas, ainda assim, manteve-se dentro do primeiro quintil de países.
Este índice tem em consideração 149 indicadores agrupados em quatro grandes dimensões: poder económico, poder político, valor económico e valor político.
No topo do 'ranking' mateve-se Singapura, seguida pelos Estados Unidos, que alcançaram o 2.º lugar graças ao desempenho em indicadores de IA, ultrapassando a Suíça, que desceu para a 3.º posição.
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