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"Seria incapaz, no lugar do PS, de dizer que estamos pior"

Em entrevista ao jornal Sol, Daniel Bessa, ex-ministro da Economia no Governo de António Guterres deixa algumas críticas à oposição relativamente à posição do PS relativamente à dívida portuguesa. O presidente da COTEC afirma ainda que preferiria que Portugal tivesse saído do período Troika com um programa cautelar, situação que para o ex-governante seria mais segura.

"Seria incapaz, no lugar do PS, de dizer que estamos pior"
Notícias ao Minuto

14:18 - 09/05/14 por Notícias Ao Minuto

Economia Daniel Bessa

“Eu seria incapaz, no lugar do PS, de dizer que estamos pior porque a dívida aumentou. Pelo que o PS tem vindo a propor – menos austeridade e mesmo redução do défice – ela seria mais alta. (…) Enquanto houver défice a dívida aumenta. Os défices não acabaram, só estão mais pequenos, por isso a dívida aumentou”, explica Daniel Bessa, em entrevista ao jornal Sol, referindo-se às críticas de socialistas relativamente ao crescimento da dívida portuguesa.

Porém, agora que é conhecida a opção do Governo português relativamente ao fim do resgate financeiro, o ex-ministro da Economia explica que teria preferido um programa cautelar, todavia, considera o mesmo, esta opção é mais confortável a nível político para os responsáveis europeus, que teriam, na sua perspectiva, dificuldade em explicar aos seus cidadãos a opção de escolha de um programa cautelar.

“Do ponto de vista económico e financeiro, um programa cautelar seria melhor. Funcionaria como um seguro para o caso de alguma coisa correr mal. Mas a questão é – e foi – sobretudo política. (…) Compreendo que na Alemanha, na Holanda, na Finlândia ou mesmo em França os governos tenham dito que um negócio desses implicaria que a extrema-direita lhes caísse em cima, por estarem a ajudar ‘os malandros do Sul’”, atirou em jeito de desabafo.

Relativamente ao trabalho desenvolvido pelo Governo de Pedro Passos Coelho, com base no memorando na Troika, Bessa considera que o programa era demasiadamente excessivo, com as metas a serem demasiado exigentes face ao desenvolvimento evidencia pela economia portuguesa anteriormente.

“Se olharmos para o programa que foi acordado (…) talvez se possa considerar aquilo tudo excessivo, a três anos de distância. Como é que um país que fez tão poucas coisas em tantos anos ia de repente mudar aquilo tudo? Era voluntarista, não se podia cumprir”, referiu o diretor geral da COTEC.

No entanto, neste ponto, o ex-ministro guterrista considerada que poderia ter sido seguido um outro caminho relativamente à forma como foi realizado o ajustamento das contas públicas, defendendo que o aumento da carga fiscal e as reduções salariais são opções erradas, sendo preferível, na perspetiva do economista, seguir por um caminho de corte na despesa.

“Quando o engenheiro Sócrates bateu à porta da troika e pediu ajuda, o défice era superior a 10% do PIB, e agora andará acima de 4%. Está meio caminho percorrido. Tem muito a ver com a carga fiscal e com reduções de pensões e salários, e eu espera que fosse de outra forma, pelo menos em algumas áreas, como os transportes”, referiu relativamente a este ponto, admitindo que , a nível de investimento, Portugal terá de dedicar maior atenção à criação de “empresas de valor acrescentado”.

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