Aeroporto de Beja 'positivo' para a ANA
Em três anos de vida, o aeroporto de Beja, que custou 33 milhões de euros, processou 6.624 passageiros, movimento positivo para a ANA, mas município e empresários consideram que a infraestrutura está "aquém das expectativas" e do desejável.
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Desde que começou a operar, a 13 de abril de 2011, o aeroporto de Beja, realizou, através de sete companhias aéreas, 245 movimentos de aeronaves, sendo a "maioria" de operações "charter" não regulares, que transportaram cerca de 93% dos passageiros, disse hoje à agência Lusa fonte oficial da ANA - Aeroportos de Portugal, que gere a infraestrutura.
Dos primeiros três anos do aeroporto de Beja, a fonte destacou 2013, ano em que o movimento de aeronaves mais do que duplicou, aumentando 110%, o tráfego de passageiros subiu 16% e a aviação executiva cresceu 185% em relação a 2012.
Segundo a ANA, em 2011, o primeiro ano, o aeroporto de Beja processou 90 movimentos de aeronaves e 2.281 passageiros, em 2012, o pior ano, processou 50 movimentos e 2.011 passageiros e em 2013, o melhor ano, processou 105 movimentos e 2.332 passageiros.
Em termos globais, o balanço da atividade do aeroporto de Beja é "positivo", disse a fonte, frisando que a ANA está "consciente da morosidade e da complexidade" que "normalmente" reveste o lançamento de uma infraestrutura aeroportuária.
Em declarações à Lusa, o vereador da Câmara de Beja Manuel Oliveira disse que o aeroporto "está aquém das expectativas e não funciona como seria desejável" e os primeiros três anos foram "afetados por uma conjugação de constrangimentos", como "a falta de acessibilidades adequadas para Lisboa e Algarve".
A "falta de uma vontade necessária do Governo para que o aeroporto possa ter uma utilização diferente", sobretudo pela TAP, que é do Estado e "poderia usar mais a infraestrutura", foi outro dos constrangimentos apontados pelo vereador, frisando que o aeroporto também "depende muito" do interesse de operadores em voar para Beja e do fluxo de passageiros para o Alentejo.
"O que está para trás não é bom, mas o futuro pode e deve ser promissor", disse o autarca, defendendo: "Se as condições de utilização forem mais atrativas e as acessibilidades melhorarem, haverá condições para o aeroporto de Beja crescer, cumprir o objetivo para que foi criado e ser uma infraestrutura sustentável".
"A grande preocupação que deve existir, de facto, é não deixar passar muito tempo sem que a infraestrutura se possa autossustentar para não correr o risco de sucumbir", alertou.
Sendo "um projeto de médio e longo prazo", para o presidente da Associação Empresarial do Baixo Alentejo e Litoral, Filipe Pombeiro, o balanço dos primeiros três anos, "globalmente, dentro dos constrangimentos, é positivo".
No entanto, o dirigente associativo referiu à Lusa que "gostaria" que o aeroporto "estivesse numa fase mais desenvolvida".
"Apesar de todos os constrangimentos, o aeroporto de Beja tem feito o seu caminho e tem vindo a afirmar-se", disse, frisando que "o movimento de aeronaves mais do que duplicou de 2012 para 2013".
Trata-se de "um projeto muito importante e contamos com ele para o desenvolvimento da região e não tenho dúvidas de que se conseguirá afirmar dentro de algum tempo", afirmou Filipe Pombeiro.
Desde que começou a operar, o aeroporto de Beja, que resulta do aproveitamento civil da Base Aérea n.º 11, tem estado aberto, mas praticamente vazio e sem voos e passageiros na maioria dos dias.
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