PS "respeita" manifesto a apelar à reestruturação da dívida
O dirigente socialista António Galamba disse hoje respeitar o manifesto subscrito por 70 personalidades a apelar à reestruturação da dívida pública e sublinhou ideias no documento que disse irem ao encontro das propostas do PS.
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Economia Galamba
"É um manifesto da iniciativa da sociedade civil, que tem personalidades da esquerda e da direita, o PS, naturalmente respeita", afirmou o secretário nacional do PS António Galamba.
António Galamba disse que os socialistas, tal como os subscritores do manifesto defendem a "necessidade de haver uma estratégia de crescimento económico", e de "propostas de uma gestão da dívida pública no patamar europeu".
O secretário nacional socialista referiu que o PS trabalhou junto da família dos socialistas europeus nesse sentido e que o documento aprovado no congresso de Roma dos socialistas europeus defende esses "instrumentos europeus de gestão de dívida pública".
Sobre a reação do primeiro-ministro ao manifesto, António Galamba disse que a posição do chefe de Governo não "espanta absolutamente nada".
"Nada que tenha a ver com propostas no sentido de alterar as políticas de austeridade excessiva, de cortes cegos, tudo o que vai no sentido de conciliar rigor das contas públicas com estratégias para o crescimento e o desenvolvimento tem contado sempre com a sua oposição", disse.
O primeiro-ministro disse hoje que se assinasse o manifesto hoje dado a conhecer para a reestruturação da dívida portuguesa estaria a pôr em causa o cumprimento das metas orçamentais a que o país está obrigado e a enviar uma "mensagem errada".
"Se eu hoje quisesse por em causa o financiamento do país e destas políticas públicas, subscreveria o manifesto que hoje foi dado a conhecer e nessa medida tinha a certeza de estar a enviar a mensagem errada a todos aqueles que esperam que Portugal cumpra as suas realizações", disse Pedro Passos Coelho.
O manifesto, hoje noticiado pelo jornal Público, é assinado por figuras da política de esquerda e de direita, como os ex-ministros das Finanças Manuela Ferreira Leite e Bagão Félix, Francisco Louçã, António Saraiva, Carvalho da Silva, Gomes Canotilho, Sampaio da Nóvoa, além de empresários e economistas, e pretende ser "um apelo de cidadãos para cidadãos", explicou à Lusa outro subscritor, o ex-ministro das Obras Públicas João Cravinho.
"Trata-se de um apelo que se dirige a uma questão absolutamente decisiva para o nosso futuro que é preparar a reestruturação responsável da dívida para crescer sustentadamente com respeito pelas normas constitucionais com responsabilidade social e com democracia", avançou Cravinho.
O antigo ministro, que remeteu para quarta-feira a divulgação do documento, adiantou que o manifesto contém uma análise da insustentabilidade da dívida portuguesa sem a existência de crescimento sólido, mesmo que os portugueses fossem esfolados vivos.
De acordo com João Cravinho, o manifesto inclui ainda "uma análise da oportunidade que, neste momento, existe para pôr na mesa a questão da preparação da reestruturação da dívida", numa altura em que se preparam eleições para o Parlamento Europeu e mudanças na Comissão Europeia.
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