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Embaixador dos EUA em Díli destaca acordo sobre aeroporto Baucau

O embaixador dos Estados Unidos em Díli, que vai abandonar o cargo esta semana por motivos pessoais, disse hoje que o acordo para a reabilitação do aeroporto de Baucau assinala um novo capítulo na relação entre os dois países.

Embaixador dos EUA em Díli destaca acordo sobre aeroporto Baucau
Notícias ao Minuto

10:33 - 03/08/21 por Lusa

Economia Kevin Blackstone

"Isto representa um novo capítulo na relação de segurança entre os EUA e Timor-Leste. Além de oferecer profissionalismo e oportunidades, e algumas infraestruturas, este acordo cria a base para construir a confiança no futuro", disse Kevin Blackstone em entrevista à Lusa.

Kevin Blackstone falava à Lusa 24 horas depois de anunciar que "devido a circunstâncias pessoais urgentes" se tinha que demitir do cargo e regressar aos Estados Unidos, tendo partida prevista de Díli já na sexta-feira.

O diploma recordou os objetivos da missão que trazia quando assumiu funções em Díli, em março último, destacando como "um grande sucesso" o acordo de final de junho que vai permitir a recuperação parcial do aeroporto de Baucau, para fins comerciais, abrindo negociações sobre potenciais apoios adicionais para o setor da aviação civil em Timor-Leste.

"Há interesse também noutros projetos, incluindo possível apoio ao setor de aviação civil. Foi pedido pelo Governo esse apoio e estamos empenhados em entender as prioridades e dar todo a assistência possível", referiu.

Um dos primeiros projetos poderá ser a instalação de iluminação noturna nas pistas dos aeroportos quer de Díli quer de Baucau, opção que permitiria o uso das infraestruturas à noite, algo impossível atualmente.

Durante a curta permanência de Blackstone em Timor-Leste, outro dos assuntos na agenda e que ainda "suscita preocupação" tem a ver com o tráfico de pessoais (TP), aspeto que pode condicionar a futura cooperação dos Estados Unidos com Díli.

Timor-Leste foi colocado pelo segundo ano consecutivo na "lista de vigilância" do nível dois dos três usados pelo Governo norte-americano para determinar até que ponto os países cumprem as suas obrigações no combate ao tráfico humano.

Blackstone recordou hoje que uma queda para o nível três implicaria que os Estados Unidos não poderiam dar a Timor-Leste qualquer apoio de desenvolvimento, segundo as regras definidas em Washington.

"Timor-Leste tem que mostrar progressos na prevenção e eliminação de TP", reiterou

"Não exagero se enfatizar a importância de subir no ranking. A dificuldade de continuar a dar assistência a um país de categoria três é impossível de imaginar. Continuo preocupado com esta questão", disse.

Um passo positivo foi a aprovação, em junho, pelo Governo da criação de uma nova Comissão de Luta Contra o Tráfico de Pessoas, estrutura prevista na lei e que ajudará o país a cumprir um conjunto de compromissos internacionais sobre esta matéria.

O projeto ainda não está concluído -- a lei ainda não foi publicada --, é positivo como elemento aglutinador das várias estruturas envolvidas (incluindo polícia e justiça) mas "não é suficiente" e Timor-Leste, considera o diploma, tem que garantir boa recolha de dados sobre o problema, "mais condenações" de responsáveis por TP e que "consegue ar proteção genuína às vítimas".

Difícil de conseguir no calendário previsto, de assinatura ainda este ano, está o acordo com a Millenium Challenge Corporation, de cerca de 210 milhões de dólares (177,466 milhões de euros), e que estado a ser preparado pelos dois países.

"Consultores técnicos e gestores dos projetos já estão desde julho em Timor-Leste e estão a levar a cabo várias reuniões. Consideram estar a fazer grande progresso, mas a covid-19 está a fazer atrasar tudo e o objetivo de assinar antes do final do ano talvez não se concretize", disse.

"O Governo está a cumprir os requisitos pedidos, a responder e estou otimista que será assinado. não sabemos ainda quando", afirmou.

Por resolver continua, porém, um dos assuntos mais complexos, que diz respeito a um acordo para uso mais alargado do espaço atualmente alugado pelos Estados Unidos para a sua embaixada em Díli.

Washington pretendia um período de arrendamento mais longo, para poder fazer obras e ampliar as infraestruturas claramente insuficientes, mas o processo tem sido demorado por vários aspetos, tanto sobre o contrato em si como por questões de reciprocidade.

"Houve algum avanço e chegamos a acordo sobre a duração do acordo de arrendamento. Aceitamos que o máximo que, segundo a lei, pode ser aprovado é dois contratos de 50 anos cada", disse Blackstone.

"A questão agora tem mais a ver com reciprocidade. A questão é mais complexa e o foco é responder à questão da presença diplomática de Timor-Leste nos EUA, tanto a embaixada em Washington como o pedido de apoio para adquirir uma propriedade para a missão em Nova Iorque junto das Nações Unidas", referiu.

Ainda assim Blackstone mostra-se otimista que o assunto se possa resolver, especialmente depois da visita que a chefe da diplomacia timorense tem prevista aos Estados Unidos em setembro.

Blackstone sublinha que apesar da curta presença em Timor-Leste parte com "sentimentos claramente positivos", sublinhando que o país em apenas 20 anos conseguir criar um padrão de "eleições e democracia", tem uma estratégia de desenvolvimento e manteve a paz.

Sem elaborar, explica que parte de Timor-Leste por circunstâncias que o obrigarão a estar nos Estados Unidos durante um longo período, e que apesar do empenho em 30 anos de serviço "há outras prioridades" a que deve dar atenção.

A processo de identificar o sucessor pode demorar um ano, sendo que até lá o vice-embaixador Tom Daily assumirá interinamente as funções de embaixador e liderará a missão em Timor-Leste.

Leia Também: Governo timorense e EUA acordam reabilitação de aeroporto de Baucau

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