Estas declarações foram feitas na audição na Assembleia da Republicana por requerimento apresentado pelo Partido Socialista (PS), o PCP e o Juntos Pelo Povo (JPP), pedida de urgência no seguimento de novos protestos quarta-feira dos viticultores, José Manuel Fernandes clarificou a medida destinada para a entrega de uvas excedentárias para destilação e que o grande objetivo do Governo são os pequenos e médios produtores. A audição tinha início previsto para as 19h00, mas começou cerca das 20h20 e pelas 22h07 ainda decorria.
"O senhor deputado fala em 13 milhões de euros. Vai depender. E nós somos democratas. Entregámos um documento interinstitucional, porque nós temos um número na cabeça para o quilo de uva, mas queremos ouvir as pessoas", disse José Manuel Fernandes em resposta a Alfredo Maia, do PCP, eleito pelo Porto.
O governante disse que vai depender de quantas uvas forem entregues para destilação, porque "ninguém adivinha" e que depois é fazer "uma conta matemática".
"Claro que temos os nossos cenários e as nossas previsões. Temos o objetivo de em setembro, e será o Instituto do Vinho do Douro e Porto (IVDP) a fazer isto, tudo esteja resolvido. Quem vai receber a ajuda? É o produtor", garantiu José Manuel Fernandes
"(...) No Douro há 18.293 viticultores e 7.485 têm menos de 0,5 hectares", começou por dizer o ministro. (...) O stock na região do Douro, e isto é impressionante, são 444 milhões de litros quando nós produzimos 700 milhões de litros em Portugal inteiro", avançou José Manuel Fernandes.
Na última campanha na região, segundo os números citados pelo ministro, foram produzidos 155 milhões de litros de vinho e vendidos 115 milhões, com nova acumulação de produto.
José Manuel Fernandes aproveitou a ocasião para sublinhar que "não está tudo mal no setor do vinho", que no ano passado, citou José Manuel Fernandes, registou um superavit de mais 11% em relação a 2023, o que se traduz em 806 milhões de euros.
Os restantes dois requerimentos foram apresentados por Júlia Rodrigues, eleita pelo círculo eleitoral de Bragança, e por Filipe Sousa, do JPP da Madeira.
Quinta-feira viticultores percorreram a pé algumas das principais ruas da cidade do Peso da Régua em protesto contra as dificuldades de escoamento da uva e a venda a baixos preços.
No mesmo dia, a Confederação Nacional da Agricultura (CNA) entregou uma moção na residência oficial do primeiro-ministro com as reivindicações dos viticultores do Douro, nomeadamente a proibição da compra de uvas abaixo do custo de produção.
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