Galp apoia deslocados devido a violência armada em Cabo Delgado
A petrolífera portuguesa Galp está a apoiar 20 mil deslocados devido aos ataques armados em Cabo Delgado com gás de cozinha e combustível, anunciou hoje a empresa, em comunicado
© Reuters
Economia Galp
"A oferta de combustível e de garrafas de 45 quilos de GPL pela Galp permite a preparação de refeições destinadas às pessoas que se encontram reassentadas no Distrito de Metuge e também no acampamento 25 de junho [ambos em Pemba, a capital provincial]", refere a empresa.
O projeto está a ser desenvolvido em coordenação com a plataforma da sociedade civil Makobo, que tem estado a implementar vários programas para apoiar as populações afetadas pela violência, com destaque para o apoio alimentar.
"Procuramos apoiar projetos que, além da entrega de bens essenciais, dinamizem igualmente iniciativas de integração social", disse Paulo Varela, presidente da Galp Moçambique, citado no comunicado.
Grupos armados aterrorizam Cabo Delgado desde 2017, com alguns ataques reclamados pelo grupo 'jihadista' Estado Islâmico, numa onda de violência que já provocou mais de 2.500 mortes, segundo o projeto de registo de conflitos ACLED, e 714.000 deslocados, de acordo com o Governo moçambicano.
A mais recente incursão destes grupos ocorreu em 24 de março em Palma, a quase seis quilómetros do projeto de gás em construção, tendo provocado dezenas de mortos e feridos, sem balanço oficial anunciado.
As autoridades moçambicanas anunciaram controlar a vila, mas o ataque levou a petrolífera Total a abandonar o recinto do empreendimento que tinha início de produção previsto para 2024 e no qual estão ancoradas muitas das expectativas de crescimento económico de Moçambique na próxima década.
A portuguesa Galp, a Kogas (Coreia do Sul) e a Empresa Nacional de Hidrocarbonetos (Moçambique) detêm, cada uma, uma participação de 10% num consórcio de exploração e gás natural da Área 4 da bacia do Rovuma, ao largo da costa de Cabo Delgado, no norte de Moçambique, liderado pela petrolífera italiana Eni e pela americana ExxonMobil.
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