BdP. Apoio ao mercado de trabalho contribuiu para evitar queda de emprego
O Banco de Portugal publicou esta quarta-feira o boletim económico de maio sobre a evolução da economia portuguesa em 2020.
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Economia Banco de Portugal
O Banco de Portugal publicou esta quarta-feira o boletim de maio que faz uma análise aprofundada da evolução da economia portuguesa em 2020. Segundo o documento, o "impacto da pandemia foi muito diferenciado em termos setoriais", mas "as medidas de salvaguarda do emprego contribuíram para conter a sua redução em 2%" e "a taxa de desemprego subiu apenas 0,3 pp, para 6,8%".
"Em 2020, a evolução da economia portuguesa foi fortemente condicionada pela pandemia", pode começar por se ler na nota, referindo que "após sete anos de crescimento consecutivo, e de redução generalizada do risco nos diferentes setores institucionais, as estimativas apontam para uma queda da atividade em Portugal de 7,6% em 2020, superior à contração de 6,8% na área do euro, refletindo sobretudo uma maior exposição ao turismo".
O choque pandémico foi ainda minorado devido à "preservação das condições de financiamento favoráveis e às medidas de apoio às famílias e às empresas, com destaque para os subsídios às empresas e a suspensão de obrigações fiscais". No caso das empresas, em específico, "as linhas de crédito com garantia pública e o regime de moratórias permitiram suprir as necessidades de liquidez".
"As despesas com juros das administrações públicas reduziram-se pelo sexto ano consecutivo. O rácio da dívida pública aumentou 16,8 pp, para 133,6% do produto interno bruto (PIB), refletindo o défice orçamental de 5,7% do PIB, a acumulação de depósitos de 4,6% do PIB e a contração do PIB de 7,6%. O aumento da dívida pública em Portugal foi superior ao da área do euro", é ainda referido.
Durante o contexto pandémico houve ainda uma descida dos preços, com a taxa de inflação a reduzir "para -0,1% (0,3% em 2019), refletindo sobretudo a evolução dos preços dos bens energéticos e dos serviços". "Apenas os preços dos bens alimentares apresentaram um aumento significativo de 1,8%", acrescentam.
Por fim, "a economia portuguesa reduziu a sua capacidade de financiamento face ao exterior". "Esta evolução é diferenciada nas componentes da balança. O saldo conjunto da balança corrente e de capital situou-se em 0,1% do PIB (1,2% em 2019). A balança corrente passou a registar um défice de 1,2% do PIB, em contraste com o excedente médio de 0,5% em2018 e 2019. Por seu turno, o saldo da balança de capital aumentou para 1,3% do PIB, por via dos recebimentos dos fundos da União Europeia", remata o documento.
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