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Covid-19: "Empresas a entrarem no Dott duplicou em março e abril"

O presidente executivo da plataforma de comércio eletrónico Dott afirmou, em entrevista à Lusa, que a pandemia "acelerou bastante" o digital em Portugal e que em março e abril o número de empresas a entrarem no 'marketplace' duplicou.

Covid-19: "Empresas a entrarem no Dott duplicou em março e abril"
Notícias ao Minuto

08:42 - 19/05/20 por Lusa

Economia Gaspar D'Orey

"A pandemia acelerou bastante" o digital, considerou Gaspar D'Orey, no mês em que a plataforma 'online' da Sonae e dos CTT comemora um ano de atividade.

"Em termos de número de empresas, em março e abril tivemos o dobro das empresas a entrarem" no 'marketplace', comparativamente ao período pré-pandemia, salientou.

Em termos de registos [de empresas] quintuplicou, mas fazemos filtro, nem todas as empresas conseguem vender" na plataforma de comércio eletrónico, acrescentou o presidente executivo, adiantando que houve inclusive empresas de restauração a inscreverem-se no 'marketplace'.

Questionado sobre qual foi o período de pico de encomendas 'online', Gaspar D'Orey apontou a "primeira semana de abril".

"Foi onde tivemos o máximo, batemos os recordes todos, atingimos o nosso novo patamar", acrescentou, apontando que tal resultou no "dobro do mês anterior".

O Dott não divulga dados sobre vendas porque é detido por duas empresas cotadas.

"Estamos quase a duplicar as vendas desde o início do ano, o que é ótimo, tem sido exponencial. Maio vai pelo mesmo caminho", disse.

Questionado sobre a categoria de produtos mais encomendados pelos portugueses durante a pandemia de covid-19, o presidente executivo adiantou, a título de curiosidade, que a casa e jardim integra o 'top 4' no Dott e que esta "aumentou as vendas quatro vezes".

Antes da pandemia, as três primeiras categorias eram saúde e beleza; moda e calçado; casa e jardim, com a eletrónica muito próxima.

"Depois da pandemia, a saúde e beleza" continuou em primeiro, seguida "da categoria dos supermercados, vinhos e bebidas; casa e jardim, e eletrodomésticos", disse.

Por exemplo, a área de brinquedos também registou muitas encomendas. "Na primeira semana esgotámos os 'puzzles'", disse Gaspar D'Orey.

"Em dois milhões e meio de produtos temos ovos de plástico para galinhas, em várias dimensões", que foram encomendados durante a pandemia, uma curiosidade de um artigo, que não tendo sido vendido em grande quantidade, demonstra a "diversidade" de produtos na plataforma de comércio eletrónico. Mas houve artigos com bastante procura, são o caso de "pesos e halteres" e todos os relativos "a ginástica", disse.

"Aliás, esgotámos" muitos daqueles artigos de desporto, afirmou.

No caso da categoria do supermercado, que durante o estado de emergência - entre 19 de março e 02 de maio - passou para segundo lugar nas opções de compra, as encomendas multiplicaram "por 50 vezes".

Outra das novidades durante a pandemia foi a venda de queijo da serra.

"Estamos a trazer vendedores que tipicamente só vendiam nas feiras tradicionais. Do nada estamos a passá-los para o digital", sublinhou.

"Todos os dias vendemos dezenas de queijos", apontou, salientando que agora a aposta na "portugalidade" vai passar pela venda de cerejas do Fundão.

"É este tipo de portugalidade que estamos a trazer para o digital, a pandemia veio aguçar essa necessidade e o nosso papel é ajudar" estes produtores a escoar os seus produtos e "mitigue o impacto" da pandemia, explicou.

Depois da feira do queijo DOP, o Dott vai agora entrar com mais duas: de Viseu, Dão e Lafões e do Fundão.

"Já vendemos milhares de queijos", apontou, sem avançar um número, sublinhando que "há produtores de queijos que vendem todos os dias, às dezenas".

Para ajudar a economia, o Dott fez parcerias com várias associações, entre as quais a ANJE, AIP, Portugal Sou Eu, e com várias câmaras municipais, como a de Lisboa e Porto, entre outras, no qual deu "condições especiais às empresas dessas associações para virem para o 'online'".

"Fizemos também uma parceria com a Sonae Sierra para trazer o 'shopping' para o 'online, para os lojistas terem mais um canal de venda", salientou, tendo em conta que as lojas dos centros comerciais encerraram no âmbito das medidas de combate à propagação da covid-19.

Sobre se o comércio eletrónico veio para ficar, Gaspar D'Orey considerou que "não há recuo".

"Acho que a pandemia demonstrou o potencial do digital", considerou.

No entanto, nem sempre tudo foi fácil neste período, já que a pandemia tem impacto em todas as áreas de negócio.

"Muitos dos nossos vendedores tiveram de se adaptar à pandemia, ou seja, ou reduziram a equipa ou reduziram o tempo de abertura de armazéns", disse.

"Portanto, isso depois reflete-se a jusante, pois somos um 'shopping', não temos armazéns. Se a epidemia afeta os nosso vendedores, afeta-nos também", apontou o presidente executivo do Dott.

Durante este período, o Dott teve de "duplicar a equipa de apoio ao cliente", disse.

Nos produtos que não sejam essenciais e que consigam ter um preço melhor que nas lojas físicas, "acho que o 'online' vai-se impor", considerou, salientando, no entanto, que o retalho físico vai continuar a ter um papel muito importante no consumo.

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