Proposta do Governo de IVA da eletricidade ainda sem quantificação

O primeiro-ministro afirmou hoje que não é ainda possível quantificar o impacto financeiro da medida do Governo que desce o IVA da eletricidade em função de escalões de consumo, alegando que depende da resposta de Bruxelas.

eletricidade, luz

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Lusa
01/02/2020 18:26 ‧ 01/02/2020 por Lusa

Economia

OE2020

 

Esta posição foi assumida por António Costa em conferência de imprensa no final da cimeira dos "Amigos da Coesão", que juntou em Beja representantes de 17 Estados-membros da União Europeia.

"Através do pedido de autorização legislativa, através do pedido formulado ao Comité do IVA e do pedido dirigido à Comissão Europeia, o Governo tem um compromisso político que vai ao encontro da preocupação manifestada pelos outros partidos no sentido de reduzir o IVA da eletricidade, mas que o faz de uma forma financeiramente sustentável, socialmente justa e ambientalmente responsável", defendeu o líder do executivo.

Interrogado sobre o impacto financeiro inerente à autorização legislativa do Governo no sentido de reduzir o IVA da eletricidade para os escalões com mais baixos consumos, em vez de se optar por uma descida generalizada, o primeiro-ministro considerou que ainda não é possível proceder-se a uma quantificação.

"A ideia do Governo é ter uma autorização legislativa para poder utilizá-la quando tiver uma resposta da Comissão Europeia e quando se souber em que medida se poderá fazer essa redução das taxas do IVA em função dos níveis de consumo", respondeu.

Por isso, segundo António Costa, a previsão da medida do Governo "não é ainda quantificável neste momento".

"Não sabemos quando é que a Comissão Europeia responde - e não é a mesma coisa só se poder utilizar a autorização legislativa em julho ou em setembro deste ano -, nem sabemos em que termos a Comissão pode vir a responder. Aquilo que temos é uma autorização legislativa que permitirá ao Governo modelar o impacto financeiro, tendo em conta o exercício orçamental, tendo em conta a resposta da Comissão Europeia e tendo em conta o momento em que a Comissão responde", justificou.

De acordo com António Costa, para introduzir em Portugal essa alteração no IVA em função de escalões de consumo, "nos termos da diretiva comunitária, é necessário que a Comissão Europeia dê a sua autorização".

"Sabemos que o Comité do IVA, que faz uma avaliação puramente técnica, irá com grande probabilidade dizer que essa solução não é possível, já que quebra o princípio da neutralidade fiscal do IVA. Por isso, em paralelo, escrevi à presidente da Comissão Europeia [Ursula von der Leyen] pedindo que fosse feita uma avaliação política, tendo em conta que a União Europeia definiu como uma das suas prioridades o combate às alterações climáticas. Devemos também usar os instrumentos fiscais para dar um incentivo a um menor consumo da energia", argumentou o líder do executivo.

António Costa voltou a dizer que o Governo ainda não tem ainda a resposta de Bruxelas, mas mostrou-se otimista em relação à viabilidade do seu pedido.

"Há um dado que reforça o nosso otimismo: Um documento que a Comissão Europeia apresentou para o Green Deal [pacto ecológico europeu] prevê uma diferenciação das taxas de IVA em função da pegada ecológica dos produtos agrícolas. Ora, tendo a Comissão Europeia já admitido essa diferenciação para os produtos agrícolas, com grande probabilidade aceitará para o consumo da eletricidade", declarou.

Para António Costa, em Portugal "há condições para continuar a baixar o custo da energia de um modo sustentável, racional e fomentando a produção de energias renováveis".

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