Eleições. Grupo de sócios do Sitese interpôs providência cautelar
Um grupo de sócios do Sindicato dos Trabalhadores dos Escritórios e Serviços (Sitese) interpôs uma providência cautelar e pediu hoje a ajuda da UGT e da DGERT no sentido de serem convocadas eleições antecipadas para os corpos sociais do sindicato.
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Fonte sindical disse à agência Lusa que "tendo em conta a preocupação gerada pela gestão da atual direção e o descontentamento pela falta de democracia interna", foi enviado um documento ao Conselho Coordenador do Sitese, subscrito por 245 sócios a pedir a marcação de eleições antecipadas.
Apesar de os estatutos do sindicato preverem esta possibilidade, o pedido foi recusado.
"Decorridos dois meses sem que o Sitese convoque eleições conforme requerido pelos associados, um conjunto de sócios tomou a decisão de avançar com uma providência cautelar e uma ação judicial para que os corpos gerentes cumpram os estatutos e a lei", diz uma nota de imprensa enviada à Lusa.
Segundo o comunicado, a polémica agravou-se após ter sido noticiado que o presidente da direção do Sitese, Luís Azinheira, estava a ser alvo de uma investigação, por denúncia, relacionada com assédio a trabalhadores, difamação de dirigentes, abuso de poder na condução do sindicato, falsificação de cadernos eleitorais, uso irregular de dinheiro do sindicato e falsificação do número de associados.
"Naturalmente, esse fato gerou grande preocupação, tanto mais que quando tal investigação se tornou pública, as decisões do Sitese começaram a ser tomadas numa lógica de cúpula desligada dos restantes membros dos corpos gerentes e, principalmente, dos associados", diz o comunicado.
Por isso, os signatários da petição para antecipar as eleições para 23 de janeiro de 2020, ficaram dececionados com a decisão do Conselho Coordenador, órgão estatutariamente responsável pela promoção e organização das eleições, e decidiram avançar com a providência cautelar.
Hoje pediram ajuda a várias entidades, nomeadamente à UGT (no qual o Sitese está filiado) e à Direção Geral do Emprego e do Trabalho, para que intervenham junto do sindicato para o levar a cumprir os seus estatutos.
Vitor Coelho, presidente do Conselho Coordenador do Sitese, confirmou à Lusa que recebeu a petição, cuja resposta, negativa, foi elaborada em 19 de novembro.
Salientou que a subscrição determinava que o nome dos sócios envolvidos não podia ser divulgado e, como tal, o Conselho considerou que seriam necessárias declarações individuais dos signatários para que o processo seguisse para os serviços e para a direção.
Como essa condição não foi aceite pelos sócios, o pedido foi recusado.
"Mas, de qualquer forma, as eleições devem realizar-se estatutariamente em meados de 2020", disse Vitor Coelho.
O Sitese é um sindicato com 85 anos, foi fundador da UGT, é membro da FETESE, da FESAP e da UNI, e tem cerca de 4.000 sócios.
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