Libertados dois jornalistas detidos na Guiné Equatorial
Dois jornalistas da única cadeia de televisão privada da Guiné Equatorial, detidos há 12 dias no comissariado da polícia de Bata, capital económica, foram libertados no domingo sem acusação, anunciou hoje um deles.
© Reuters
Economia Guiné Equatorial
Melanio Nkogo e Ruben Dario Bacale, jornalistas da televisão Asonga, foram detidos em 27 de agosto, mas nenhuma acusação foi feita contra eles nem foram avançadas as razões da detenção, afirmou Nkogo, citado pela France-Presse.
Segundo o jornalista, as detenções terão servido apenas para os intimidar.
No fim de semana anterior à detenção dos dois jornalistas, que terá ocorrido na terça-feira da semana passada, a Asonga TV difundiu uma entrevista realizada pelos dois jornalistas com um juiz do tribunal de instrução de Bata, Nazario Oyono, que tinha sido suspenso de funções alguns dias antes.
Oyono foi alegadamente suspenso por "irregularidades" a 21 de agosto pelo presidente do Supremo Tribunal, David Nguema Obiang, e os dois magistrados acusam-se mutuamente de terem impedido a abertura de um processo por desvio de fundos.
A organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF) apelou às autoridades para que libertem os dois jornalistas, considerando que a sua detenção "ilustra a extrema vulnerabilidade" dos jornalistas equato-guineenses "que receiam pela sua liberdade", disse à AFP Arnaud Froger, responsável pelo escritório de África da organização.
A RSF assinalou que a Guiné Equatorial é o 165.º país entre 180 em matéria de liberdade de imprensa segundo o índice da organização e recordou o caso de Ramon Nse Esono Ebalé, caricaturista preso durante cinco meses e libertado no início de março de 2018.
A rádiotelevisão Asonga, único meio audiovisual privado do país, é propriedade do vice-presidente da República, "Teodorin" Nguema Obiang, filho mais velho do Presidente Teodoro Obiang Nguema, no poder há 40 anos.
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