Cabral dos Santos: Queda do grupo Fino deveu-se ao investimento no BCP
O ex-diretor de grandes empresas da Caixa Geral de Depósitos (CGD) José Pedro Cabral dos Santos defendeu hoje que a queda da Investifino, grupo empresarial de Manuel Fino, se deveu ao investimento no BCP.
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Economia Caixa Geral de Depósitos
"Apesar da grande consideração pessoal que tenho relativamente às pessoas da família do senhor Manuel Fino, ao contrário do que disse o senhor José Fino [filho de Manuel Fino] sobre as causas da situação em que o grupo ficou, a causa, para mim [...] foi o grupo ter investido no BCP", disse hoje José Pedro Cabral dos Santos no parlamento.
O ex-diretor de grandes empresas do banco público falava hoje na sua segunda audição na comissão parlamentar de inquérito à recapitalização e gestão da CGD.
Cabral dos Santos considerou ainda que, "se a Caixa Geral de Depósitos, em termos de apoio às participações financeiras do grupo Investifino, apenas tivesse apoiado o investimento na Cimpor, não teria havido problema absolutamente nenhum".
O ex-responsável do banco público disse ainda que a CGD não requereu a insolvência da Investifino porque "a Caixa não beneficiaria significativamente e prejudicaria imenso a construtora Soares da Costa".
"A razão por que não o fizemos foi porque a Investifino era o principal acionista da Soares da Costa. A Soares da Costa era uma empresa de construção que não estava a passar pelos seus melhores dias", lembrou José Pedro Cabral dos Santos, salientando o "nível de emprego bastante grande" que a construtora proporcionava.
Em 14 de maio, o administrador executivo da Investifino José Manuel Fino, filho de Manuel Fino, disse hoje no parlamento que a venda das ações da Cimpor pela Caixa Geral de Depósitos (CGD) levou ao incumprimento do serviço de dívida.
A forma "totalmente imprevista e inusitada" como a CGD "decidiu imediatamente vender" ações da Cimpor em consequência da OPA da Camargo Corrêa, "apesar do preço baixo oferecido", não permitiu à Investifino cumprir os seus compromissos com o banco público, disse José Manuel Fino durante a sua audição na comissão parlamentar de inquérito à CGD.
"Caso tivesse mantido essa possibilidade [de recompra das ações da Cimpor, negociada com a CGD], a Investifino teria reduzido a sua exposição à Caixa em pelo menos 50 milhões de euros", defendeu então José Manuel Fino no parlamento.
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