Oferta dos chineses cai quase um ano depois com chumbo dos acionistas

Os acionistas da EDP chumbaram hoje a alteração dos estatutos para acabar com a limitação dos direitos de voto a 25% do capital, pondo fim à oferta pública de aquisição (OPA) da China Three Gorges (CTG) quase um ano depois.

China Three Gorges, maior acionista da EDP, vai investir no nuclear

© Reuters

Lusa
24/04/2019 18:06 ‧ 24/04/2019 por Lusa

Economia

OPA/EDP

A proposta de desblindagem dos estatutos, que prevê acabar com a limitação dos direitos de voto a 25% do capital, foi chumbada com 56,60% do capital representado.

A introdução deste ponto na assembleia anual de acionistas foi proposta pelo fundo Elliott, que contestava a oferta sobre a EDP, e previa que, "caso a deliberação não obtenha uma maioria qualificada de dois terços dos acionistas presentes na assembleia-geral anual [...], o limite de voto permanecerá em vigor".

"Tal resultado deve não só permitir o fim imediato da oferta na sua forma atual, como também proporcionar à sociedade a certeza necessária para planear o futuro", sublinha o fundo na proposta de adenda que foi aceite pelo vice-presidente da mesa da assembleia-geral, Rui Medeiros, em 01 de abril.

Entretanto, na segunda-feira, a CTG esclareceu que se mantêm em vigor todas as condições da OPA, incluindo a desblindagem de estatutos, pelo que assim a operação não avança.

A OPA feita à EDP pela CTG, empresa estatal chinesa que já detém 23,27% da elétrica portuguesa, foi anunciada em maio de 2018 e prevê uma contrapartida de 3,26 euros por ação.

Na conferência de imprensa, no final da reunião de acionistas, o presidente da EDP, António Mexia, recusou comentar as votações relativas ao ponto que travou a oferta da CTG, realçando que "o voto é secreto".

"Acho que era claro quem era a favor da desblindagem [dos estatutos]. O voto é secreto", declarou, adiantando que "quem queria defender a sua posição defendeu e os resultados são claros", uma vez que a proposta precisava de ter 66% dos votos a favor.

António Mexia revelou que, "ao contrário do habitual", hoje não exerceu o direito de voto como acionista, por considerar "que devia ser assim".

Em junho passado, um mês depois do anúncio da intenção de lançar uma OPA, o Conselho de Administração Executivo da EDP, liderado por António Mexia, considerou que o preço oferecido pela CTG - de 3,26 euros por ação - não refletia adequadamente o valor da EDP e que o prémio implícito na oferta era baixo, considerando a prática pelas empresas europeias do setor.

O relatório então enviado ao mercado dizia que "o prémio implícito no preço oferecido encontra-se significativamente abaixo do que é a prática em transações em dinheiro no setor europeu das 'utilities', no mercado ibérico e mais genericamente no mercado europeu, em casos em que o oferente adquire controlo".

"Uma vez que a oferta se encontra condicionada à aquisição de controlo sobre a EDP (condição de eficácia correspondente à aquisição de 50% + 1 direito de voto), deveria incorporar um prémio de alteração de controlo em linha com as transações precedentes acima referidas", defendia então o Conselho Executivo.

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