Pensões: A "solução" não é trabalhar mais anos, mas ter melhor emprego
No dia em que foi tornado público um estudo da Fundação Manuel dos Santos, que defende o aumento da idade de reforma para os 69 anos, para garantir a sustentabilidade do sistema de Segurança Social, Francisco Louçã examinou as conclusões do relatório e defendeu uma solução diferente.
© Global Imagens
Economia Francisco Louçã
A resolução do problema da sustentabilidade da Segurança Social e das pensões futuras não passa por aumentar a idade de reforma dos trabalhadores portugueses. Quem o diz é Francisco Louçã que, no seu espaço de comentário semanal na antena da SIC Notícias, explicou que o ‘segredo’ está no emprego e na qualidade deste.
O economista de formação começou por dizer que “não há nada que indique” que, como estima o estudo, o sistema de Segurança Social vá entrar em desequilíbrio e esgotar os seus recursos em 2035. Aliás, Francisco Louçã frisou que “nos últimos dois anos, os contributos para a Segurança Social subiram 800 milhões de euros em cada ano porque o emprego aumentou”.
Por isso, o ex-bloquista considera que o “bom caminho” para a sustentabilidade do sistema de pensões passa por “melhorar a qualidade do emprego, as qualificações e o nível salarial”, pois quão mais altos forem os salários, maiores serão as contribuições para a Segurança Social.
“O relatório é muito ultimatista”, criticou Louçã, defendendo que o estudo falha por se basear em “projeções a muito longo prazo”. Afinal, “não podemos partir para nenhuma política na precipitação de se pensar que em 2070 estaremos numa trajetória em que nunca se fez nada e só se piorou”.
No entanto, Francisco Louçã saúda o debate em torno desta questão importante, não esquecendo que esta é uma discussão que já teve início há muitos anos e que, à semelhança do estudo hoje apresentado, muitos outros foram publicados e outros tantos serão ainda feitos.
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