Lucros do Grupo Crédito Agrícola descem 26% em 2018
O Grupo bancário Crédito Agrícola teve lucros de 112,5 milhões de euros em 2018, menos 26% do que os 152,1 milhões de euros de 2017, segundo as contas do ano passado hoje divulgadas.
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Economia Banco
Na apresentação dos resultados, em Lisboa, o presidente do grupo, Licínio Pina, justificou a descida do resultado consolidado por em 2017 ter havido uma importante venda de dívida pública, que melhorou o resultado de então.
Os resultados de operações financeiras foram de 24,6 milhões de euros em 2918, abaixo dos 113,3 milhões de euros de 2017.
Já o produto bancário recorrente, acrescentou o presidente do Crédito Agrícola, aumentou 37,3 milhões de euros para 486,2 milhões de euros.
O crédito bruto cresceu 5,6% para 10 mil milhões de euros, o que diz o grupo estar "em contraciclo com o sistema bancário", com o crédito a empresas a subir 8,8% para 5,9 mil milhões de euros.
O rácio de crédito malparado era, no final de 2018, de 10,4%, refletindo uma melhoria de 4,8 pontos percentuais face a 2017.
Os depósitos de clientes aumentaram 10,4% para 13,9 mil milhões de euros.
Quanto a indicadores de solvabilidade, o rácio CET1 ficou nos 15,2%, mais 0,5 pontos percentuais face a 2017.
O Crédito Agrícola fechou 2018 com 657 agências, menos 12 do que no ano anterior, em termos líquidos, tendo destacado hoje Licínio Pina que é o grupo bancário com maior rede de retalho comercial.
Para este ano, admitiu "encerramento de agências provocadas pelo despovoamento" do interior, o que pode chegar a "10 ou 15" fechos.
O responsável afirmou ainda que o fecho de agências de outros bancos pode "gerar oportunidades" ao Crédito Agrícola para abrir balcões e que isso "tem acontecido", ainda que não "com a intensidade dos encerramentos".
Sobre as 16 caixas que se fundirão em oito, disse que o objetivo é ganharem dimensão que facilita o cumprimento de exigências regulatórias, mas não quis adiantar as que estão em causa, referindo que tal não implica fecho de balcões.
Em 2018, o CA contribuiu com cinco milhões de euros para o Fundo de Resolução e pagou cerca de seis milhões de euros de contribuição extraordinária sobre o setor financeiro, valor que Licínio Pina disse acreditar que "será francamente superior" este ano.
"Como é evidente, impacta no Crédito Agrícola e em todos os bancos, esta mutualização que se fez" das perdas, afirmou.
Todos os bancos que operam em Portugal contribuem para o Fundo de Resolução, que acorreu às resoluções do Banif e sobretudo do Novo Banco.
A Caixa Central de Crédito Agrícola é responsável pela coordenação e supervisão das 80 Caixas de Crédito Agrícola Mútuo e é liderada por Licínio Pina desde 2013, há dois mandatos, indo candidatar-se a um terceiro mandato nas eleições de 25 de maio.
Sobre as cartas anónimas divulgadas pelo jornal Público no final de 2018 que punham em causa a sua gestão, Licínio Pina disse que o "assunto está resolvido" ou não poderia ter apresentado uma lista a um novo mandato de três anos.
"O papel aceita tudo o que lá se quiser escrever. As pessoas escreveram o que bem lhe apeteceu, teve de ser investigado e esse assunto está resolvido. Penso que sim, de contrário não estaríamos a recandidatar-nos", afirmou.
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