"Não contratei nenhum quadro técnico vindo de nenhum ministério"
O presidente executivo da EDP, António Mexia, afirmou hoje no parlamento que não contratou "nenhum quadro técnico vindo de nenhum ministério", quando questionado sobre as ligações com os antigos assessores do governo João Faria Conceição e Ricardo Ferreira.
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Economia António Mexia
Em audição na comissão parlamentar de inquérito ao pagamento de rendas excessivas aos produtores de eletricidade, o presidente executivo da EDP foi questionado pelo deputado do PS Hugo Costa sobre as ligações aos antigos assessores de Manuel Pinho João Faria Conceição, e de Carlos Tavares e Álvaro Barreto Ricardo Ferreira.
Na resposta, Mexia considerou "exagerado" o papel atribuído a estes profissionais, mas foi perentório ao afirmar nunca ter contratado "nenhum quadro técnico vindo de nenhum ministério".
Em relação João Faria Conceição, consultor da Boston Consulting Group (BCG), que assessorou Manuel Pinho e que atualmente é administrador da REN - Redes Energéticas Nacionais, o presidente da EDP disse que "tem um currículo indiscutível", e que só o conheceu quando chegou à elétrica.
"A única coisa que tenho a certeza é que não enviei o currículo de uma pessoa incompetente", declarou Mexia, quando confrontado com as notícias que deram conta de que o presidente da EDP ajudou João Conceição a ser contratado pelo BCP, quando ainda estava no gabinete de Manuel Pinho.
Ainda assim, sublinhou, "o senhor engenheiro não interveio na extensão do domínio hídrico nem nos CMEC, porque foram feitos antes de ele chegar ao gabinete [de Manuel Pinho] e pensar que uma pessoa que nem sequer estava lá tinha esse poder para influenciar parece um processo ligeiramente exagerado".
Já sobre Ricardo Ferreira, que saiu do governo para a EDP em 2005, António Mexia contou que descobriu que trabalhava na elétrica quando chegou, assumindo que pessoalmente não gostou devido ao passado, em que Ricardo Ferreira estava do lado oposto de Mexia, quando o governo quis fazer uma reestruturação na Galp, que passava por tirar o negócio do gás da petrolífera.
Hoje, acrescentou, trabalha bem com Ricardo Ferreira, que é diretor do Departamento de Regulação e de Concorrência da EDP.
António Mexia lidera a EDP desde 2006, tendo sido reconduzido para um quinto mandato em abril de 2018, e é um dos arguidos do inquérito EDP/CMEC que investiga "factos subsequentes ao processo legislativo" e "procedimentos administrativos relativos à introdução no setor elétrico nacional dos Custos de Manutenção do Equilíbrio Contratual (CMEC)".
Ricardo Ferreira chegou ao governo em 2003, por convite de um adjunto do ministro da Economia Carlos Tavares, do governo de Durão Barroso, vindo também da consultora BCG. Ricardo Ferreira continua a colaborar com o Ministério da Economia, no governo seguinte, liderado por Santana Lopes, com Álvaro Barreto com a tutela da energia.
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