Fruto das camadas jovens do FC Porto, Diogo Dalot está neste momento a ganhar protagonismo na equipa principal dos dragões, devido à lesão do habitual titular, Alex Telles. E será, muito provavelmente, o jovem de 18 anos a assumir a posição de lateral-esquerdo no Clássico da próxima sexta-feira (dia 2) frente ao Sporting (20h30).

Formado nas escolas do FC Porto, o facto de ter passado no Padroense, ainda com 15 anos, pode ser desconhecido de muitos. Em vésperas de Clássico, o Desporto ao Minuto procurou saber se Dalot já dava nas vistas em tão tenra idade. Estivemos então à conversa com o presidente do Padroense, Germano Pinho, que, de imediato, se recordou do lateral do FC Porto mesmo passados três anos.

“São tantos os miúdos que passam por aqui, que é difícil decorar todos. Mas lembro-me bem do Diogo, até pelo nome ser um pouco menos comum, ficou-nos na retina. Percebia-se bem que era um miúdo dotado de uma grande capacidade, fisicamente muito bem constituído e muito sereno, já naquela altura. Normalmente associa-se os fora de série a jogadores que jogam do meio-campo para a frente, mas o Dalot vai ser um fora de série. Para nós é um orgulho. O Dalot vai ser uma referência não só europeia, como mundial”, disse Germano Pinho.

Todos os anos o Padroense recebe cerca de 20/21 juvenis de 1.º ano do FC Porto, uma vez que o clube azul e branco não pode ter duas equipas inscritas. “É um acordo que temos com o FC Porto, que permite fazer os jovens crescer, e a nós dá-nos visibilidade e estatuto, tal como contribuir para o crescimento dos atletas”.

Dalot não foi caso único

Pelo Padroense já passaram jogadores como André Silva, Paulo Machado, Gonçalo Paciência ou Rúben Neves. Este último também deixou marca ao presidente que, aliás, o comparou a Dalot.

“Ele destacava-se muito. Há jogadores que facilmente nos apercebemos que dali vai sair coisa boa. Foi o caso, por exemplo do Rúben Neves. Olhávamos para ele e diziamos: ‘Caramba, ele parece um adulto aqui no meio dos miúdos’. Tinha outro andamento e outra forma de jogar. O Dalot foi a mesma coisa. Um jogador poderoso, valente, subia bem, descia bem. Nunca perdia a noção do espaço, um grande sentido posicional, muito boa técnica. Não era o único daquela equipa, mas era uma das referências mesmo sendo um defesa”, acrescentou.

Dentro de um ano ou dois, o Diogo Dalot é titularíssimo da Seleção Nacional e vai fazer uma carreira brilhante. Não tenho dúvidas disso

Por fim, e em jeito de aviso, Germano Pinho deixou uma garantia ao mundo do futebol e, em particular, ao selecionador Fernando Santos.

“Entrar num jogo que podia ser decisivo para o título, substituir aquele que tem sido, se calhar, o melhor jogador do FC Porto e a equipa não notar a falta de Alex Telles, é obra para um miúdo de 18 anos. Posso garantir do alto dos meus 68 anos de vida e 30 de dirigente de futebol: dentro de um ano ou dois, o Diogo Dalot é titularíssimo da Seleção Nacional e vai fazer uma carreira brilhante. Não tenho dúvidas disso”, finalizou Germano Pinho.