Controverso mas frontal, Bruno de Carvalho é um dos nomes forte do panorama desportivo português. À frente do Sporting, o presidente dos leões tem feito um trabalho importante, conseguindo fazer o clube regressar a patamares mais elevados.

Esta terça-feira concede uma longa entrevista ao jornal Record onde aborda vários temas, entre eles o da equipa de futebol, a relação com Jorge Jesus, mas, também, o caso dos emails ou a relação com Luís Filipe Vieira.

Fique com os principais pontos:

Título: Vou utilizar e dar ênfase às palavras do nosso treinador: ainda estou muito curioso para saber como é que não fomos campeões com 86 pontos. (…) A verdade é que aquilo que aconteceu nessa época foi tudo muito estranho. E nos corredores do futebol ouvimos sempre falar de muita coisa. E escusam de vir com a conversa dos calimeros de que isto é uma campanha. (…) Talvez agora venha a perceber-se de vez o porquê de não termos sido campeões com 86 pontos.

Liga Europa: Acho que o Sporting já demonstrou, quer pelos jogos do ano passado, quer pelos deste ano na Champions que [o Sporting] pode fazer uma excelente Liga Europa. O Sporting, a nível europeu, primeiro tem de começar pela Liga Europa, porque a Champions para equipas portuguesas será um cenário cada vez mais difícil

Reforços: Ele [Jorge Jesus] já chegou a duas finais da Liga Europa e tem ambição natural de voltar a essa final e ganhá-la. Quando jogamos olhos nos olhos com equipas como Real Madrid, Barcelona, Juventus ou Dortmund, isto não é pressão nenhuma para o Jorge . Querer ser campeão é um objetivo que tem quase desde que nasceu e ganhar a Liga Europa é outro desejo que já toda a gente percebeu que tem.

Jorge Jesus [contrato]: O Jorge está a fazer um trabalho excelente e não vejo nenhum motivo para que não consigamos atingir os objetivos e sequer colocar em causa se há ou não continuidade. Podemos não os atingir todos, porque somos duas pessoas que nos atiramos logo para cima, para o céu, mas não vejo que isso seja teor de continuidade.

Luís Filipe Vieira: Os presidentes têm de estar acima disso [ofensas] e no dia em que descobrir um email meu a falar do presidente do Benfica daquela forma, então acho que podemos pensar em reabrir outra ala do Júlio de Matos para que eu seja internado. Quando as pessoas ultrapassam os limites não me parece que eu consiga esquecer tudo o que tem acontecido, todas as ameaças, o facto de terem tornado pública a minha morada. (…) Não será fácil. Ultrapassaram-se fronteira que extravasam o futebol.

Caso dos emails: O que está ali descrito é muito mais do que a perda de pontos. (…) É só ler. Se houver influência direta nos títulos, claro [descida de divisão]. Vivemos um período em que só posso lamentar os silêncios do presidente da Liga, do presidente da Federação, do Governo, porque isto é demasiado grave. Se aquilo que está escrito não for para descer de divisão, então não sei para o que é. Só em Portugal é que temos estas discussões… porque em Itália.